terça-feira, 15 de dezembro de 2015

medo

a primeira queda foi de uma vez e imperceptível
já nessa, eu consigo sentir tudo e ver as luzes se apagando

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

chegou

a época do ano em que eu me sinto mais lixo que o normal


ENTÃO É NATAL


(gastrite nervosa, pele cagada e cabelo completamente estragado. tá ajudando pra caralho)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

com vózinha

"Com essa idade que tenho
ainda não pude ver esse
que sem o interesse próprio
a um pobre protegesse
porque neste nosso mundo
não se finda o interesse
quando o homem tem dinheiro
todo mundo lhe quer bem
porém quando ele é pobre
já não encontra ninguém
que o estime pois o mundo
não ama a quem nada tem."

(História do bom pai e o mau filho ou Juvenal e Lilia - José Camelo de Melo Resende)

cá estava eu explicando a "reorganização" das escolas pra minha avó, falando sobre o alckmin e ela além de dar uma xingadinha me canta esse pedaço de cordel. não tem quem eu ame no mundo mais que minha avó (além do mais, ela veio pra são paulo só pra cuidar de mim!)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

lone wolf

i watch them from the outside
i always have
and some days, i'm sure i always will

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

graci

eu quero, eu mereço, eu consigo
eu não valho muito coisa, eu me sinto à margem, eu não sou tranquila
sigo aqui, variando entre paulo honório e luís da silva
(até o dia da crise)

domingo, 8 de novembro de 2015

Porque eu não quero mais meu celular colado em mim, nem como despertador.

Eu tinha 12 anos, tinha acabado de mudar de escola e uma das meninas da escola nova perguntou se eu tinha uma conta no orkut. Falei que não. Ela me mandou um convite (eu saberia a data, mas na época usava e-mail da bol com username da hermione - obviamente apaguei, mas ah, que tempos maravilhosos), aceitei e entrei nessa vida de redes sociais. O fato de eu ter pulado de joguinhos on-line do site da Barbie pro orkut deveria ter preocupado os adultos ao meu redor, mas era 2005. Os computadores começaram a chegar nas casas de classe média naquela época e ninguém sabia o que a internet iria virar.
Eu lembro das comunidades. Do tempo que eu e minhas amigas passávamos pensando para escrever algo legal no perfil, nas fotos que tinham que ser bonitas. Nós estávamos naquela pior fase da puberdade, entrando pra adolescência e eu não tive sorte alguma. Olheiras, espinhas, o cabelo crespo que nunca ficava do jeito que eu queria, o aparelho. Eu odiava tirar fotos, mas sempre aparecia nas fotos coletivas. Depois ficava olhando, vendo minhas amigas bonitas e dentro de um padrão e  acabava não postando. Talvez tenha sido só coisa da adolescência, mas talvez essa exposição nas redes tenha piorado o sentimento que me persegue até hoje: inadequação. Eu realmente nunca vou saber se fotografias do orkut potencializaram essa angústia maluca e já cansei de pensar nisso (hoje prefiro trabalhar numa melhora ao invés de filosofar muito em cima do troço).
Por não tirar fotos, eu caprichava no perfil e nas comunidades. Comecei a gostar de verdade de escrever nessa época; eu escrevia coisas engraçadinhas e todo mundo gostava. Tive uma briga séria pelo scprabook do orkut e fiquei mais arredia em relação às coisas que eu compartilhava. Se já não me abria muito nas redes sociais, passei a me abrir menos. Foi mais ou menos nessa época que eu criei o antigo blog (que passou a ser esse quando perdi minha conta) e vi que preferia algo que só pessoas que quisessem poderiam ler. Não precisaria postar fotos e poderia escrever mais (puta que pariu, que saudade de escrever muito!), então um blog era matar dois coelhos com uma cajadada só. Os fotologs que criei, apaguei. As fotografias nunca foram minhas amigas mesmo.
Aí chegou o facebook. Comecei a usar mais durante o intercâmbio e pra minha sorte, pouco tempo depois o site estourou no Brasil. Foi divertido. Meus amigos e eu trocávamos recados divertidos nos murais uns dos outros e as conversas privadas ficavam no msn. Depois veio o twitter e eu não quis criar uma conta. "Só 140 caracteres? Como eu vou sobreviver só com 140 caracteres?". Acabei criando, apagando e voltando no intercâmbio também. Acho que não deleto a conta porque gosto muito daqueles primeiro tuítes, eu contando meu dia-a-dia em Londres. 
Minha relação com redes sociais seguia relativamente estável até o chat do facebook aparecer. 
No msn era tudo muito mais fácil: eu ficava off-line e conversava com quem queria. Aliás, pra começo de conversa, eu só usava o msn quando tinha tempo (ou quando inventava tempo, ou queria passar o tempo, enfim). Sem smartphone, eu só tinha o computador de casa (e depois meu laptop quando saí de casa) pra usar a internet. Usava depois da aula, no final de semana, quando meus pais deixavam. Era um tempo meu, só meu, em que eu escolhia e podia dar atenção pros meus amigos. Eu também gostava de falar ao telefone (quando morei em Pelotas também não tinha smartphone. Em 2011, pasmem!). Gostava de dar atenção pras pessoas de sempre ou alguém que simplesmente precisasse conversar. O chat do facebook me denunciando toda vez que eu ficava online entre uma tarefa ou outra (vocês lembram como era só ter um computador à mão pra entrar e dar uma olhadinha?), alguém que eu não tinha o hábito de conversar me mandando um "oi-tudo-bem-e-as-news" quando eu ficava online me dava nos nervos. Passei a ficar offline no facebook também. 
Fui diminuindo a quantidade de caracteres que escrevia (twitter e treino pesado de redações de 25 linhas podem ser agradecidos por isso), até perder o hábito de escrever muito. Voltei pra Porto Velho e não mais precisava telefonar, então mandava mensagem de texto. O msn acabou e o único jeito de conversar muito de forma privada era... o chat do facebook. Tive de me render. Todos os meus amigos estavam comprando smartphones e começaram a falar em whatsapp. Não me rendi. Comecei a paquerar um moço de outro estado e só em 2013 comprei um smartphone. Tive de me render novo (comprei pra facilitar a conversa com ele? Por que cansei de todo mundo me enchendo a paciência? Nunca saberei). Foi aí que meu inferno pessoal começou.
No começo era tudo uma cama de rosas. Que incrível ter "o mundo na palma das mãos"! "Você pode falar com qualquer pessoa a qualquer hora"! Maravilhoso! Sensacional!
Depois de algumas semanas de euforia, eu lembrei que nunca gostei de falar com todo mundo a qualquer hora.
Eu estava no trabalho e alguém mandava mensagem. Respondia na hora. Comendo, no banheiro, no meio de festas, reuniões de família, durante a aula. O sinal de notificação do celular (hoje é a luzinha que pisca, tem até música sobre) me dava nervoso e eu precisava sumir com aquilo. As pessoas aparentemente ficaram impacientes também. Tudo precisava ser respondendo imediatamente. E eu entrei nesse círculo de gente que vivia mais com a cara no celular que em qualquer lugar.
Meu primeiro relacionamento foi vivido praticamente pelo celular, mesmo depois que eu me mudei pra cidade do namorado. Quando ele terminou comigo pelo whatsapp e quis continuar conversando comigo depois eu vi o quão errada a situação era. E comecei a notar que ele não era o único, nem eu a única. Em um sábado de julho eu fui pro bar com dois amigos que não largaram o celular um segundo, nem pra ouvir a banda que estava tocando. Meus amigos queriam conversar coisas seríssimas pelo whatsapp. Uma amiga minha de outra cidade ficou suicida e quis conversar sobre isso no whatsapp ao invés de me deixar ligar pra ela. Não sei se foi birra disso, mas fui cansando de escrever. Comecei a mandar áudios, pedir pra ligar. Escrever só queria se fosse e-mail, pra escrever bastante, pra ter tempo. Mês passado enquanto eu escrevia um e-mail pra uma professora, tive uma epifania. Tempo. Era isso que ninguém mais tinha. Tempo. E ao mesmo, todo mundo tem todo o tempo do mundo. O pavor de bateria no fim, o celular ligado 24h (um amigo meu que dormiu aqui casa dia desses dormiu com o celular na mão! Sério, parem um minuto pra pensar. Lembra quando era moda mandar powerpoint com mensagem sobre os males do celular? A energia eletromagnética, campo, esses troços, que saiam dele? Quando as pessoas pararam de ter medo disso?) dá a falsa impressão de disponibilidade. Afinal de contas, você está disponível. É só tirar do bolso e responder, né? "Por que tu não me responde rapidinho? Por que tu some?", algumas amigas me perguntam até hoje. Olha, porque eu acho ridículo ler algo correndo e responder com três frases entre uma aula e outra. Hoje eu acho desrespeitoso com meus amigos essa espécie de rapidinha virtual. Quero olhar com calma, responder com calma e dar atenção. Não respondo rapidinho porque responder no meio da manhã enquanto eu tento estudar, quebra minha concentração. Porque não quero ficar olhando no celular enquanto um amigo que está na minha frente tenta conversar comigo. Tudo aquilo que me parecia normal, passou a parecer desrespeitoso. Era como nunca estar cem por cento em um lugar, nunca vivendo as coisas de verdade.
Talvez seja exagero meu. Talvez eu só tenha cansado de redes sociais em geral (deus sabe que eu só não excluí o twitter essa semana porque minha autora predileta da vida me seguiu e eu fiquei correndo eufórica pela sala de casa). Talvez eu mude e volte a ser aquela louca que estava sempre "disponível" e respondia algo menos de cinco minutos depois de me mandarem. Mas a partir de hoje, eu quero mais é ouvir voz de amigo, tomar cerveja sem ter que dividir atenção com um aparelho e dar risada sem precisar tirar foto pro snapchat (afinal de contas, foto do instagram só pode se for artística).


ps. quanto tempo faz que eu não escrevo tanto assim? Que delícia. Pelo menos nisso os ensaios da faculdade estão me ajudando.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

does that make you crazy

o primeiro final de semestre em que eu não choro a cada dois dias ou estou correndo atrás de xerox e lendo desesperada
(mas também não consigo dormir, meu estômago reclama de absolutamente tudo que eu coloco pra dentro e meus problemas de pele cantam song 2 cada vez mais alto)

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

el tiempo cura algunas heridas

8 meses x  a quantidade de mentiras que ouvi em alguns anos e alguns meses resultam em sentimentos bem diferentes que... sinceramente? eu esperava.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

azul profundo

"eu só não me matei até hoje porque sei que meus pais e meu irmão morreriam junto comigo e meu amor por eles é maior que essa doença horrível"
(quinta-feira, 08/10/2015, 22:40 - no ônibus da faculdade pra casa)

terça-feira, 29 de setembro de 2015

wake me up

meu irmão faz 18 anos hoje, bateu um spleen maneiraço, preciso voltar pro ballet, não to estudando direito, não paro de ouvir the weeknd, vi korn, motley crue e metallica, chorei do lado do meu pai ouvindo battery (sim hahaha), tenho prova de latim hoje e preciso revisar...

when september ends

(desculpa gente, não vou sair da adolescência tão cedo)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

same old same old

se é pra ficar me machucando o tempo todo... é melhor me esquecer de vez, não é não?

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

novo mantra

falar menos e ouvir mais
largar essas porras de redes sociais 

domingo, 23 de agosto de 2015

talvez role um budismo

dormi o dia inteiro, chorei vendo o live action de mulan e fiquei pensando em como eu me meto em furada emocional e quase nunca consigo sair. mais um final de semana perdido descansando e eu sei que vou ter que trabalhar dobrado por esses descansos.
também descobri que o karma é a única coisa em que eu sempre tive uma fé quase cega. talvez o budismo, por ser tão ligado a questões internas de equilíbrio com o próprio eu e com o mundo seja um caminho pra mim (como minha terapeuta me dizia há 7 anos atrás).

sábado, 22 de agosto de 2015

e ainda tem essa dor horrorosa na lombar

19h desse sábado em que não estudei nada e eu só queria pedir uma pizza, ver um filme e dormir sem ficar com peso na consciência de não ter estudado o que eu deveria estudar.
se uma turma de ballet não for aberta no horário de almoço, eu provavelmente vou sair do ballet e procurar outra dança numa academia de dança que tem aqui na augusta. não tô aguentando ir dormir 00:30 e acordar 6:30, não faço o que tenho que fazer e acabo jogando dinheiro fora.
além do hebraico e do espanhol, comecei a estudar aramaico bíblico. é linguística pura e meu professor é um monstro de tão inteligente, com diplomas pelos quatro cantos do mundo. fico bem motivada por alguns minutos, bem eu-vou-ser-assim-algum-dia, mas em dias como esse sábado em que só limpei casa, lavei roupa, almocei 16h e to bocejando até a mandíbula quase quebrar antes das 19h, eu perco toda a esperança de ser alguém foda assim. 
preciso comprar um vestido pra ir pra formatura da ana paula. preciso lavar meus pincéis de maquiagem. preciso comprar mais pincéis de maquiagem e mais dois piercings pra orelha (um preto e um prateado). preciso planejar minha vingança contra aquela pessoa babaca e a irmã dela (um dia eu falo sobre esses dois bostas aqui), ou pelo menos praticar meu melhor olhar de shade pra jogar na cara deles. preciso escrever mais (parei quase completamente por causa da faculdade. preciso mesmo mesmo, de verdade: estudar.
mas por enquanto deixa eu ir preparar um pãozinho com queijo (gastei 20 reais num leite em pó sem lactose pra ignorar completamente a intolerância quando bate a vontade de comer um queijo quente? sim) e terminar de ver mad max: fury road (tom hardy e charlize theron, donos do meu coração).

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

meio adulta

dormir no ônibus, chorar de cansaço e perceber que precisa de 8h de sono por dia

domingo, 2 de agosto de 2015

Boletim número um

Cheguei em São Paulo e já me sinto numa sala com ar-condicionado forte demais. Dormi na sala de casa, acordei tremendo de frio e gripada. Preciso fazer lavar roupa e fazer compras - amanhã volto pra rotina com força total.
Domingo em São Paulo é uma graça, o som de pássaros-não-pombos e cachorros latindo. É quase como estar em casa (a não ser quando algum bêbado grita ou alguém passa de skate pela rua).

sábado, 1 de agosto de 2015

I'm on my way

Décima terceira vez que eu pego um avião pra longe de casa em cinco anos. O mesmo aperto.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

para eles

eu me peguei desejando que todo mundo me esquecesse, só pra eu ter motivo pra sofrer
é tipo um vício
um vício que eu sei que nunca vai falhar comigo
há alguns anos, quando eu vi aquele episódio de house em que ele diz estar cansado de ser miserável, eu só consegui pensar na quantidade de tempo que ele foi miserável antes de cansar
e imaginei quanto tempo eu conseguiria ser sem cansar

o mais irônico de tudo é que você me deixou porque eu sempre fui triste e achou que me deixando eu iria melhorar
o que você acha de tudo isso agora?

terça-feira, 28 de julho de 2015

The blues are back

Tonight, I won't tell you this world was never meant for one as beautiful as you, Vincent.
Tonight I just wanna join you.


(my heart is sinking)

quinta-feira, 23 de julho de 2015

late night with may

maldita mágoa que chega em más horas etc

segunda-feira, 20 de julho de 2015

liberdade

não é minha obrigação ser bonita
nem "do meu jeito"
nem me encaixando qualquer tipo de padrão

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Aquela velha história sobre amigos

Eu tenho esse blog diário há 8 anos e hoje parei pra pensar no quão doido é isso. 
A terapia eu comecei há 10, mas há 8 anos foi quando eu passei pela minha primeira experiência ruim com amigos e dor. Escrever besteira que eu tinha na cabeça foi o modo que eu achei pra aliviar a solidão e bem, até hoje tô aqui. Acho que tô escrevendo hoje porque vim pra Porto Velho e tô me sentimento bem solitária, sabe? Eu sempre coloco muita expectativa em vir pra cá. Casa. "Tô morta de vontade de ir pra casa". Meus amigos mandam 1000 mensagens perguntando quando eu chego e dizendo que precismos marcar algo pra fazer. Tirando os 3 de sempre, nunca marcamos. Eu sinto como se todo mundo tivesse seguido a vida e eu fiquei nesse meio, sem amigos em qualquer lugar que eu esteja (agora em São Paulo) e meio estranha com os daqui. Acabo passando  mês fazendo serviço doméstico pra ajudar minha mãe, dirigindo pro meu irmão e tentando não gritar e me estressar com meu pai.
Ontem eu fiquei conversando no telhado do prédio de um dos meus amigos mais antigos, o Pablo. Ele falou algo parecido sobre amigos (ele é de Porto Velho, mas tá estudando em Volta Redonda) e eu fiz algo que não fazia há muito tempo com qualquer pessoa: me abri. Enquanto ele falava coisas sobre a vida amorosa dele, a faculdade, sonhos e crescimento, eu ouvi como sempre faço com todo mundo. Mas falei. Falei como não falava há muito tempo - sempre guardando um pouco pra mim, sempre me reservando, porque né, senão não seria eu - mas falei coisas sobre meu término que estavam apertando meu peito. Dei os costumeiros conselhos (porque diabos meus amigos me procuram pra perguntar o que fazer vai ser pra sempre um mistério pra mim. Quer dizer, olha pra mim. Sério. Eu tenho cara de quem sabe alguma coisa?), só que agora sobre algo que eu NUNCA imaginei falar. Acho que nós dois crescemos um pouco e abrimos nossa cabeça pro mundo. Quem diria que as duas crianças cheias de razão, certeza e princípios iriam começar a ver o mundo meio cinza...
Tirando isso com o Pablo, tô há treze dias em casa me sentindo um peso morto. Saí poucas vezes com pessoas que claramente não queriam estar no lugar da saída (ou vai que era comigo, sei lá). Fiz almoço aqui em casa e mais da metade das pessoas que vieram claramente prefeririam estar em casa (inclusive foram embora cedo e mais tarde postaram fotos em outros lugares). Segunda-feira passada bateu a bad vibe de eu me sentir forçando pessoas pra perto de mim. Eu não sou uma pessoa divertida. Eu não falo muito, quando falo faço comentários meio bestas. Eu rio bastante, mas não sou a alma da festa. Sinto como se eu fosse uma ótima amiga pra estar longe: leio reclamações sobre a vida no whatsapp a qualquer hora do dia e da noite, respondo e-mails, digo que entendo. Quando estou perto ouço. Mas só. A única amiga daqui que quer me ver quase todos os dias basicamente me usa pra isso: eu sento e fico ouvindo ela falar da vida dela. Se eu falo de mim ouço algumas frases, alguns comentários monossilábicos. Semana passada essa minha amiga destruiu sem saber a frágil autoestima que eu tô sempre tentando construir. Não disse nada. Se eu dissesse provavelmente ouviria um "deixa de frescura!", nunca um "pô, te entendo. Tenta não ficar assim!" e um conselho bobo. Eu nunca tive uma amiga Umáyra, que me ouvisse sem julgar, pra quem eu pudesse falar "eu nunca disse isso pra ninguém".
Talvez seja como no amor. Ninguém nunca vai me amar do jeito que eu quero ser amada a não ser eu mesma. Talvez eu deva parar de esperar mais dos outros.
Talvez eu precise de uma amiga igual a mim.


sábado, 11 de julho de 2015

I know what's waiting for me

I've got that trust-no-one taste back in my mouth
and it's bitter and worst than before

terça-feira, 7 de julho de 2015

textos

queria apagar tudo o que escrevi
mas essa merda toda... sou eu

quinta-feira, 2 de julho de 2015

rocky

uns dias de tensão sendo construída sempre resultam em explosão
choro, canto, choro e melhoro
eu sobrevivi passando por coisa pior
acho que posso aguentar mais uma sem cair

quarta-feira, 24 de junho de 2015

raiva

precisei chegar no meu limite de gente me empurrando pra baixo pra perceber que ser doce e tentar ver o lado dos outros só vai fazer com que todo mundo se aproveite de mim
chega dessa merda

domingo, 14 de junho de 2015

oh I'm so naive yet so

"how could this be done by such a smiling sweetheart? (...)
such an ugly thing, someone so beautiful..."

(eu caindo em furada e papinho mesmo quando sei que é papinho)

sábado, 30 de maio de 2015

currency of woman

eu vivo bastante de passado; ouvir o novo da melody gardot num sábado à noite é déjà vu. estudar ouvindo não é tanto, mas eu preciso mudar algumas coisas, não é?

sexta-feira, 22 de maio de 2015

rindo bem alto

o cara vê uma mulher aparentemente bem resolvida e pensa "caralho, como eu vou fazer pra foder essa mulher? como eu vou fazer pra deixar ela sentindo como se não fosse boa o suficiente ou tão vulnerável que ela vai se entregar na minha mão?"
e ele fode, de um jeito ou de outro

(escrevi isso numa história há exatamente quatros anos. who'd have known...)

quinta-feira, 30 de abril de 2015

sing it again, ella

"if my pillow could talk
imagine what it would've said
could be a river of tears I cried instead?
so you can cry me a river
daddy, go ahead and cry that river
'cause I cried, how I cried a river over you
how I cried a river over you"

quarta-feira, 22 de abril de 2015

números

seis horas olhando pra fora de uma janela em ônibus, três páginas em vermelho em um diário, dois livros e me sinto outra pessoa
ando contando muito pra alguém de humanos

sábado, 11 de abril de 2015

old may comes

the tears are gone. pride wiped them away.

quinta-feira, 26 de março de 2015

resumindo

eu me abri, fui rejeitada, tudo dói e não quero confiar em ninguém nunca mais. alguma dica?

terça-feira, 24 de março de 2015

alguém me ajuda a fazer passar

eu não sei o que plantei de tão ruim que só colho amargura
nunca desejei mal a ninguém e se falhei não foi por querer
então por que tem tanta escuridão, tanto azedume e tanta tristeza dentro de mim?
não é como se eu não tentasse
eu tento
todos os dias
e não consigo a única coisa que eu quero na vida
que é paz

eu devia mandar pra casa do crica

Quando alguém me machuca eu mentalizo a oração de São Francisco de Assis e espero que o idioma "vaca enjoada" não saia da minha boca sem querer. Mas é quase sempre involuntário.
Por que eu me sinto mal magoando sem querer alguém me que me magoou querendo?
O que eu queria mesmo é não ligar.

ps. ontem eu lembrei que levei 5 anos pra esquecer uma dor. Tomara que seja mais rápido agora.

segunda-feira, 23 de março de 2015

reliving

"Never give all the heart, for love
Will hardly seem worth thinking of
To passionate women if it seem
Certain, and they never dream
That it fades out from kiss to kiss;
For everything that’s lovely is
But a brief, dreamy, kind delight.
O never give the heart outright,
For they, for all smooth lips can say,
Have given their hearts up to the play.
And who could play it well enough
If deaf and dumb and blind with love?
He that made this knows all the cost,
For he gave all his heart and lost."

(Yeats)

sexta-feira, 20 de março de 2015

sobre remédios alternativos



(vou assistir sex and the city de novo)

domingo, 15 de março de 2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

ulisses

minha ferida já não está mais aberta e eu tinha esquecido como é isso de cicatrizar
fica a marca pra sempre ali
talvez esse seja o pra sempre que nunca acaba

quarta-feira, 11 de março de 2015

sobre parar

meditar e escrever me fazem pensar e pensar é a última coisa que eu preciso
não paro
vários dias sem parar

terça-feira, 3 de março de 2015

loving

eu sou tão estúpida

inverno

"há algo que jamais se esclareceu
onde foi exatamente que larguei aquele dia mesmo
o leão que sempre cavalguei?
lá mesmo esqueci que o destino sempre me quis só
no deserto sem saudade sem remorso só
sem amarras, barco embriagado ao mar"

(adriana calcanhotto)

segunda-feira, 2 de março de 2015

não tem mais tanto amor

o mais engraçado de tudo é que eu me preocupei tanto em não criar expectativas, não deixar minha cabeça cheia de ficção e romance tornar algo real chato, que eu não percebi que ele poderia fazer exatamente o que eu estava evitando fazer.
eu nunca comparei o que nós tínhamos com algo que não existia, porque eu, justo eu, a moça que viveu metade da vida com a cabeça enfiada em livros de fantasia, tinha mais pé no chão do que alguém que já tinha "vivido" antes.
eu odeio o fato de ainda estar remoendo isso tudo e de ainda me sentir magoada e com raiva, mas é inevitável. as coisas voltam e eu percebo que ele está muito bem (mesmo que dizendo que não está) e meu coração horrível pensa "por que você não está miserável como eu estou? como eu fiquei?" e depois me sinto mal. queria poder esquecer sem passar por todo esse processo. dói menos mas ainda dói. acho que ser rejeitada vai sempre doer.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

à pessoa que vem todos os anos me desejar coisas boas no meu aniversário:

não sei como você descobriu esse espaço cheio de bobeira de adolescente
mas esse ano minha curiosidade venceu:
quem é você?


obs. a propósito, esse ano foi melhor. acho que meu coração não dói mais. minha mãe passou uma semana em são paulo comigo e hoje nós comemos bolo na bella paulista e cantamos parabéns (ano passado eu tive aula, comi uma torta ruim de uma padaria ruim perto da pensão que eu morava e comi sozinha trancada no quarto). eu comecei a fazer hebraico e apesar de bem difícil tô gostando. acho que devo parar de escrever, só consigo pensar que amanhã minha mãe volta pra porto velho e eu fico sozinha de novo e dá vontade de chorar.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

the high is never worth the pain

eu nunca mais vou confiar em ninguém
porque eu não quero confiar em ninguém

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

eu de antes

- você tá bem?
- bem. cínica.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

foda-se

quase 3 anos
"a gente não combina"
disse que tinha desistido de tudo na vida, mas não ia desistir de mim
"a gente não combina"
planos
"a gente não combina"
ainda me ama
"a gente não combina"
ainda quer amizade
"a gente não combina"
é burro, imbecil
"a gente não combina"
fez com que eu me abrisse pro mundo, me magoa e dá um jeito de me fazer sentir culpada
"a gente não combina"


eu vou não te amar

break down

break down
again
and then again
and again
again
again
again
until you don't

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Confusão (ou consolação)


você se foi
e não deixou
consolação

Meu primeiro impulso é procurar algum defeito em mim e me culpar. Durante o dia eu tento ser muito racional, mas à noite eu fico só e todos os meus fantasmas me assombram. Não sei se você sofre de verdade ou se faz cena. Passei alguns dias chorando e aceitando que você não me ama do jeito que eu te amo. Eu sinceramente não sei de nada. Eu só sei que sou muito boa em finais.


E eu sempre me reconstruo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

"la tristesse durera toujours"

eu não posso deixar esse quarto sem ser questionada sem parar 
abri um e-mail de quase três anos atrás quando eu achei que tudo tinha tido um fim, eu falando sobre o amor único da jane austen e marcel falando que a tristeza não vai durar pra sempre 
hoje a sylvia apareceu na minha cabeça dizendo que devia ter amado um pássaro ao invés dele (você, sempre, todo mundo tem um ele) e eu me distraí lendo sobre thunderbirds (eles são algo meio mitológico!). qualquer coisa pra me distrair enquanto eu não tenho uma resposta dele.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"I was never told about the sorrow"

o al green me embala perguntando como você pode consertar um coração quebrado enquanto eu sinto meu coração ser arrancado do peito
talvez eu deva aproveitar esses momentos de vulnerabilidade porque eu sei, eu posso sentir alguns muros querendo se reconstruir

realidade

fiquei pensando em "she's 22" e putz, eu sou tão besta

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

It's thursday, I have a shitload of things in my head

Passando pra avisar para as pessoas que diziam que eu tinha cara de barraqueira que levou um tempo (22 anos), mas eu virei algo parecido com barraqueira.
Luísa disse que eu passei 22 anos sendo panaca, deixando todo mundo cagar na minha cabeça. Já eu acho que tô agressiva mesmo, sonhando com o sangue na minha mão enquanto eu bato em alguém.
Enfim. Para todas as minhas perguntas, terapia é a resposta. 
Essa semana eu pensei nessa necessidade de aceitação que eu tenho e fiquei meio de cara; não tem nem um mês que eu fiquei chamando meu pai de Mr. Ramsay (o da Virginia Woolf sim) e eu sou uma porra de um Mr Ramsay melhorado, quase tão ruim quanto o meu pai. Talvez não tanto porque eu não fico brava quando as pessoas não dizem que eu sou brilhante. Na real eu até me acostumei a ser alguém mediano, meio medíocre - eu mirei tanto em ser feliz sem ligar pra bosta nenhuma que talvez tenha acertado. Hoje inclusive falei pra minha mãe que não ia mais ligar pra nada que ela diz em relação ao meu corpo (e fiquei me sentindo mal quando ela fez cara feia, fui pedir desculpa mas não arredei o pé. Talvez seja o primeiro passo pra cagar pro que geral diz) e bem, vamos lá. Eu tive uma autoestima destruída por frases do tipo "não é estética, é saúde" e porra, ninguém nem chegou a um consenso do que é saúde de verdade. Todo dia uma coisa nova mais saudável aparece e a antiga coisa saudável não é mais tão saudável então sabe, foda-se. Eu não tô no mundo pra sofrer ou passar vontade. Ninguém na verdade né. Eu devia ter tido consciência disso, do alto do meu privilégio branco, igual às minas do ensino médio que eu desprezava por achar fúteis. Duvido muito que elas tenham sofrido por algo tipo comer pudim ou não comer, eis a questão.
Será que ao invés de mandar um "enfia a saúde no cu e se preocupa com a sua" pro mundo eu deveria mandar um "para de se preocupar com essa merda" pra mim mesma? Talvez eu devesse mesmo parar de acessar o facebook de verdade (e for good) e tuitar menos. Afinal de contas, Anna Karenina não vai se ler sozinho.

Vir de férias pra Porto Velho é sempre maravilhoso porque eu percebo o quanto eu gosto de ficar em casa e como não tem nada de errado nisso. Eu acabo nem vendo todo mundo que eu quero (e eu quero, de verdade!); eu amo meus amigos, amo passar tempo com eles, mas eu amo demais meu quarto também. Eu também percebo o quanto eu não tenho muitos amigos pra desabafar. Não que eu fale muito (pelo contrário) ou desabafe. Mas perceber que cada um foi pra um canto e que ser amigo é mais encontrar de vez em quando pra contar história me dá um sensação meio angustiante, bate a consciência que a (oh meu deus) terrível idade adulta chegou. Eu voltei 5 passos começando outra faculdade com gente novinha, mas meus amigos casam, tem filhos, compram casa e carro. Eu lembro da Allison dizendo "when you grow up your heart dies" e dói meu peito daquela cena toda de Clube dos Cinco. Meu coração ainda tá vivinho e mole pra caralho, fazendo com que eu fique sensível lendo artigo do Huffigton Post, então talvez demore pra eu virar adulta. Ele inclusive é sensível e desconfiado demais pro meu gosto em se tratando de amor e pra isso eu realmente não tenho com quem falar (e nem acho que consiga. Sério. Não tô preparada pra falar), de todo o ciúme, da dor que de vez em quando bate... É quando eu me odeio por ter tido meu primeiro amor tão velha, todo mundo já passou por isso na adolescência e eu tô aqui na merda sem ter com quem falar e com vergonha e falar.
Mas né, pra todas as vergonhas, terapia também é minha resposta.


(eu escrevi isso ouvindo the cure e pixies e bem, o resultado taí: eu não me sentia tão aleatória e livre, sei lá, desde os 15 anos)

ó as conversas

- eu queria ser tipo som de baixo
- como assim "som de baixo"? que porrra tu fumou?
- som de baixo cara! sabe a sensação que tu sente quando escuta uma música e o baixo é bom, tipo um bagulho vindo das estranhas, parece até tesão, meio sensual, meio profundo
- caralho isso é muito filosofia, teoria literária, é demais pra gente normal, para com essa onda

domingo, 18 de janeiro de 2015

almost a month

my skin craves your touch

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

fuck them/self love

não sei quanto tempo sem ouvir "eu te amo"
eu me amo
eu me amo
eu me amo

(um dia eu acredito de verdade)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

acho que agora vai

é difícil não viver de passado quando o passado não hesita em bater, bater, bater
eu odeio eles
e elas
todos aqueles que nem tentam parar e insistem em voltar pro final de 2012
eu não devia odiar, mas odeio. também queria saber me desligar.