sexta-feira, 20 de novembro de 2015

lone wolf

i watch them from the outside
i always have
and some days, i'm sure i always will

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

graci

eu quero, eu mereço, eu consigo
eu não valho muito coisa, eu me sinto à margem, eu não sou tranquila
sigo aqui, variando entre paulo honório e luís da silva
(até o dia da crise)

domingo, 8 de novembro de 2015

Porque eu não quero mais meu celular colado em mim, nem como despertador.

Eu tinha 12 anos, tinha acabado de mudar de escola e uma das meninas da escola nova perguntou se eu tinha uma conta no orkut. Falei que não. Ela me mandou um convite (eu saberia a data, mas na época usava e-mail da bol com username da hermione - obviamente apaguei, mas ah, que tempos maravilhosos), aceitei e entrei nessa vida de redes sociais. O fato de eu ter pulado de joguinhos on-line do site da Barbie pro orkut deveria ter preocupado os adultos ao meu redor, mas era 2005. Os computadores começaram a chegar nas casas de classe média naquela época e ninguém sabia o que a internet iria virar.
Eu lembro das comunidades. Do tempo que eu e minhas amigas passávamos pensando para escrever algo legal no perfil, nas fotos que tinham que ser bonitas. Nós estávamos naquela pior fase da puberdade, entrando pra adolescência e eu não tive sorte alguma. Olheiras, espinhas, o cabelo crespo que nunca ficava do jeito que eu queria, o aparelho. Eu odiava tirar fotos, mas sempre aparecia nas fotos coletivas. Depois ficava olhando, vendo minhas amigas bonitas e dentro de um padrão e  acabava não postando. Talvez tenha sido só coisa da adolescência, mas talvez essa exposição nas redes tenha piorado o sentimento que me persegue até hoje: inadequação. Eu realmente nunca vou saber se fotografias do orkut potencializaram essa angústia maluca e já cansei de pensar nisso (hoje prefiro trabalhar numa melhora ao invés de filosofar muito em cima do troço).
Por não tirar fotos, eu caprichava no perfil e nas comunidades. Comecei a gostar de verdade de escrever nessa época; eu escrevia coisas engraçadinhas e todo mundo gostava. Tive uma briga séria pelo scprabook do orkut e fiquei mais arredia em relação às coisas que eu compartilhava. Se já não me abria muito nas redes sociais, passei a me abrir menos. Foi mais ou menos nessa época que eu criei o antigo blog (que passou a ser esse quando perdi minha conta) e vi que preferia algo que só pessoas que quisessem poderiam ler. Não precisaria postar fotos e poderia escrever mais (puta que pariu, que saudade de escrever muito!), então um blog era matar dois coelhos com uma cajadada só. Os fotologs que criei, apaguei. As fotografias nunca foram minhas amigas mesmo.
Aí chegou o facebook. Comecei a usar mais durante o intercâmbio e pra minha sorte, pouco tempo depois o site estourou no Brasil. Foi divertido. Meus amigos e eu trocávamos recados divertidos nos murais uns dos outros e as conversas privadas ficavam no msn. Depois veio o twitter e eu não quis criar uma conta. "Só 140 caracteres? Como eu vou sobreviver só com 140 caracteres?". Acabei criando, apagando e voltando no intercâmbio também. Acho que não deleto a conta porque gosto muito daqueles primeiro tuítes, eu contando meu dia-a-dia em Londres. 
Minha relação com redes sociais seguia relativamente estável até o chat do facebook aparecer. 
No msn era tudo muito mais fácil: eu ficava off-line e conversava com quem queria. Aliás, pra começo de conversa, eu só usava o msn quando tinha tempo (ou quando inventava tempo, ou queria passar o tempo, enfim). Sem smartphone, eu só tinha o computador de casa (e depois meu laptop quando saí de casa) pra usar a internet. Usava depois da aula, no final de semana, quando meus pais deixavam. Era um tempo meu, só meu, em que eu escolhia e podia dar atenção pros meus amigos. Eu também gostava de falar ao telefone (quando morei em Pelotas também não tinha smartphone. Em 2011, pasmem!). Gostava de dar atenção pras pessoas de sempre ou alguém que simplesmente precisasse conversar. O chat do facebook me denunciando toda vez que eu ficava online entre uma tarefa ou outra (vocês lembram como era só ter um computador à mão pra entrar e dar uma olhadinha?), alguém que eu não tinha o hábito de conversar me mandando um "oi-tudo-bem-e-as-news" quando eu ficava online me dava nos nervos. Passei a ficar offline no facebook também. 
Fui diminuindo a quantidade de caracteres que escrevia (twitter e treino pesado de redações de 25 linhas podem ser agradecidos por isso), até perder o hábito de escrever muito. Voltei pra Porto Velho e não mais precisava telefonar, então mandava mensagem de texto. O msn acabou e o único jeito de conversar muito de forma privada era... o chat do facebook. Tive de me render. Todos os meus amigos estavam comprando smartphones e começaram a falar em whatsapp. Não me rendi. Comecei a paquerar um moço de outro estado e só em 2013 comprei um smartphone. Tive de me render novo (comprei pra facilitar a conversa com ele? Por que cansei de todo mundo me enchendo a paciência? Nunca saberei). Foi aí que meu inferno pessoal começou.
No começo era tudo uma cama de rosas. Que incrível ter "o mundo na palma das mãos"! "Você pode falar com qualquer pessoa a qualquer hora"! Maravilhoso! Sensacional!
Depois de algumas semanas de euforia, eu lembrei que nunca gostei de falar com todo mundo a qualquer hora.
Eu estava no trabalho e alguém mandava mensagem. Respondia na hora. Comendo, no banheiro, no meio de festas, reuniões de família, durante a aula. O sinal de notificação do celular (hoje é a luzinha que pisca, tem até música sobre) me dava nervoso e eu precisava sumir com aquilo. As pessoas aparentemente ficaram impacientes também. Tudo precisava ser respondendo imediatamente. E eu entrei nesse círculo de gente que vivia mais com a cara no celular que em qualquer lugar.
Meu primeiro relacionamento foi vivido praticamente pelo celular, mesmo depois que eu me mudei pra cidade do namorado. Quando ele terminou comigo pelo whatsapp e quis continuar conversando comigo depois eu vi o quão errada a situação era. E comecei a notar que ele não era o único, nem eu a única. Em um sábado de julho eu fui pro bar com dois amigos que não largaram o celular um segundo, nem pra ouvir a banda que estava tocando. Meus amigos queriam conversar coisas seríssimas pelo whatsapp. Uma amiga minha de outra cidade ficou suicida e quis conversar sobre isso no whatsapp ao invés de me deixar ligar pra ela. Não sei se foi birra disso, mas fui cansando de escrever. Comecei a mandar áudios, pedir pra ligar. Escrever só queria se fosse e-mail, pra escrever bastante, pra ter tempo. Mês passado enquanto eu escrevia um e-mail pra uma professora, tive uma epifania. Tempo. Era isso que ninguém mais tinha. Tempo. E ao mesmo, todo mundo tem todo o tempo do mundo. O pavor de bateria no fim, o celular ligado 24h (um amigo meu que dormiu aqui casa dia desses dormiu com o celular na mão! Sério, parem um minuto pra pensar. Lembra quando era moda mandar powerpoint com mensagem sobre os males do celular? A energia eletromagnética, campo, esses troços, que saiam dele? Quando as pessoas pararam de ter medo disso?) dá a falsa impressão de disponibilidade. Afinal de contas, você está disponível. É só tirar do bolso e responder, né? "Por que tu não me responde rapidinho? Por que tu some?", algumas amigas me perguntam até hoje. Olha, porque eu acho ridículo ler algo correndo e responder com três frases entre uma aula e outra. Hoje eu acho desrespeitoso com meus amigos essa espécie de rapidinha virtual. Quero olhar com calma, responder com calma e dar atenção. Não respondo rapidinho porque responder no meio da manhã enquanto eu tento estudar, quebra minha concentração. Porque não quero ficar olhando no celular enquanto um amigo que está na minha frente tenta conversar comigo. Tudo aquilo que me parecia normal, passou a parecer desrespeitoso. Era como nunca estar cem por cento em um lugar, nunca vivendo as coisas de verdade.
Talvez seja exagero meu. Talvez eu só tenha cansado de redes sociais em geral (deus sabe que eu só não excluí o twitter essa semana porque minha autora predileta da vida me seguiu e eu fiquei correndo eufórica pela sala de casa). Talvez eu mude e volte a ser aquela louca que estava sempre "disponível" e respondia algo menos de cinco minutos depois de me mandarem. Mas a partir de hoje, eu quero mais é ouvir voz de amigo, tomar cerveja sem ter que dividir atenção com um aparelho e dar risada sem precisar tirar foto pro snapchat (afinal de contas, foto do instagram só pode se for artística).


ps. quanto tempo faz que eu não escrevo tanto assim? Que delícia. Pelo menos nisso os ensaios da faculdade estão me ajudando.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

does that make you crazy

o primeiro final de semestre em que eu não choro a cada dois dias ou estou correndo atrás de xerox e lendo desesperada
(mas também não consigo dormir, meu estômago reclama de absolutamente tudo que eu coloco pra dentro e meus problemas de pele cantam song 2 cada vez mais alto)

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

el tiempo cura algunas heridas

8 meses x  a quantidade de mentiras que ouvi em alguns anos e alguns meses resultam em sentimentos bem diferentes que... sinceramente? eu esperava.