quarta-feira, 31 de outubro de 2012

paranoia

chorando por ser mulher demais

mas não vou dizer

você acha que eu acho que tudo é pra sempre
você acha que eu sou só inocência
mas você não sabe que eu sei muito bem lidar com perdas e dor
e que sei desde cedo que o pra sempre sempre acaba

mas não é por saber disso que não vou me entregar
eu achei que não seria assim, mas sou
eu vivo
e eu espero que esse sempre dure até o amor ficar com rugas 
(como o daquela canção)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

our melody

vou manhosa (como cool jazz)
vens pulando (como acid jazz)
torno-me ávida (como leitor de bestseller)
torna-te sereno (como leitor de filosofia)
termino cinza (como filme francês)
terminas ensolarado (como um blockbuster)

em seguida me esquenta,
me atiça
e por fim me sereniza

somos como dois instrumentos se acertando pra ficar no mesmo timbre

Noite três em um.

Escrevi três parágrafos sobre o nosso amor. Estava entediada e saudosa. Então vi a luz fugir dos olhos de alguém sempre sorridente - e vi lágrimas. "Levanta, faz alguma coisa, dá um abraço". Sem reação. Morte é assim. Voltei pro conforto do meu lar, só pra ver os quartos do meu coração se bagunçando. 


Meu coração é cheio de quartos. Meus amores estão neles. Se dói neles, dói em mim. 


Parece bobagem isso de felicidade. Parece óbvio. Mas as pessoas não conseguem parar pra ver beleza em nada. Imagina achar que viver é ser feliz. Imagina...

domingo, 28 de outubro de 2012

Telefones.

- Oi. Meu dia foi uma droga. Eu tava me sentindo horrível, aí fui a uma festa, vi um monte de casal e só consegui ficar pensando em nós. Achei muito injusta a vida. Queria estar perto. Só isso. Não é muito, né? Eu te amo. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Explodindo.

A noite chegou e trouxe melancolia. Comi demais algo que não queria. Acho que meus dentes do juízo querem nascer. Não consigo dar um jeito no meu cabelo. Minhas unhas estão crescendo devagar - o que não é normal pra mim. Fiquei vendo vídeos de cenas de filme que me fazem chorar. Não quero ir pra terapia amanhã. Meu corpo coça. Eu preciso fazer as unhas. Não gosto de estudar. Não vejo a hora de o semestre acabar pra eu trancar. Preciso de um emprego. Preciso de um abraço. Não gostava de abraços, hoje gosto. Não abraço há tempos. É a oitava vez que choro esta noite, ou algo próximo. Minha cabeça dói. Queria um pedaço de bolo, ou um chocolate. Colo de amor. É tão bonita tua frase, é tão bonita tua face, são tão bonitos os teus olhos. Eles enxergam tudo a fundo. Preciso ver aquele sorriso. Preciso parar de chorar ao lembrar do sorriso. Preciso ler essa pilha de livros. Preciso ver esses seriados. Preciso estudar de verdade. Preciso dar um jeito nessa dor na costa e no pescoço que me incomodam há dias. Acho que um chá seria muito bem vindo. "Moça, você quer um chá?", sim eu quero. Ando pensando em jogar  fora todos os cadernos com as bobagens que escrevi. Começar tudo de novo. Depois acho isso bobo. O passado está em mim, não nos cadernos. Eles guardam no máximo, algumas lembranças. Mas ah, como me tenta isso de começar do zero, e não de onde parei. Será que parei? Será que algum dia eu saí do lugar? Eu devia dormir melhor. As olheiras estão piores que o normal. Minha pele está péssima. Comecei a cuidar depois do estrago - assim como tudo na minha vida.


(será que eu vivo?)

We're all Lizzies.

We're connected, bloody hell, we're connected! I feel empty when I'm not telling you useless stuff. I'm the queen of babble, you know. And I love the fact that you don't mind. In fact, I think you enjoy. You're like the king of babble. We are babbleish royalty.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

"um gosto azedo na boca"

"tem dias que a gente se sente
um pouco, talvez menos gente
um dia daqueles sem graça
de chuva cair na vidraça
um dia qualquer sem pensar
sentindo o futuro no ar
o ar, carregado sutil
um dia de maio ou abril
sem qualquer amigo do lado
sozinho em silêncio, calado
com uma pergunta na alma
por que nessa tarde tão calma
o tempo parece parado?"

"a moça que sonha, a louca"

hoje estou de raul, como se tivesse 13 anos

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Stalk, relacionamentos (argh), dor e essas coisas.

Eu comecei a fazer meu resumo de psicologia. Aí aquele troço, aquela coisa que faz a gente grudar na internet me chamou. E como sempre eu fucei até encontrar algo que me deixaria triste. 
Mas dessa vez eu não fiquei triste por mim.
Eu fiquei triste por ela.
Porque ela só quer o que todo mundo quer. O que eu quero. Porque eu to lendo esse monte de coisa que ela escreveu e por mais que não tenha passado por nada do que ela passou, eu sinto dor. Eu sinto a dor dela. É estranho isso, né? Sentir a dor de uma pessoa que a gente nunca viu. Nunca falou. Eu consigo sentir a raiva dela. O ciúme dela. E agora estou chorando sem parar, como sei - tenho certeza - que ela chorou por meses. Arrependida. Eu entendo tudo o que ela diz porque é provavelmente o que eu diria. É estranho também, estar vendo tudo de uma perspectiva diferente. A não tão previsível. A que poderia ser minha. Arrependida e magoada aparentemente sem motivo - por ter feito a besteira sozinha. Saudosista, lembrando de tudo aquilo de bom que aconteceu e fantasiando sobre tudo aquilo de bom que poderia ter acontecido. Imaginando até mesmo o que de ruim poderia ter acontecido e como poderia ter sido solucionado. Somos a mesma. Eu sou o antes. Mas não quero ser o depois. 
Eu não sei nada desse tipo de separação dela, mas eu sei coisas sobre separações. E sei que é a coisa mais horrível do mundo dizer "seja feliz", quando o seu coração grita desesperado "seja feliz comigo". 
Eu sei que é bobo me sentir culpada. C'est la vie. Foram as circunstâncias. Se era pra acabar pra ela, um dia acabaria. Se era pra começar pra mim, um dia começaria. Não posso me sentir culpada por sentirmos o mesmo pela mesma pessoa. Mas eu posso desejar que ela seja feliz. Eu espero que ela seja feliz. Eu espero que todas as palavras doídas que ela escreveu a façam aprender algo - como as palavras doídas que eu sempre escrevo me fazem aprender. Espero que ela consiga não sentir mais dor por isso.

medo

engole
envenena 
mata

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Não, por favor.

Nervosa. De novo.
Não sei o que fazer. De novo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

mas ah...

olá náusea existencial... quanto tempo...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Algumas horas.

Semanas pensando, analisando tudo por todos os ângulos, pesando prós e contras. Hoje de agir. Hora de parar de sentir pena de mim mesma. Eu não tenho certeza do que quero profissionalmente. Ok. Fiquei um ano parada e estou há dois fazendo algo que me faz chorar de desgosto quase todos os dias. Não posso largar enquanto estiver morando com meus pais. Ok. Começar a trabalhar, juntar dinheiro, não depender mais deles (não é isso que meu pai sempre fala? Que com a minha idade ele já não dependia mais de ninguém? Ok então) e ir pra onde eu quero. Não vou chorar. Vou tentar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

coming next

os sonhos de nunca
agora são constantes 
divido tudo
tudo mesmo
cada pedaço da minha alma
porque quero
como nunca quis antes
que tudo dê certo

terça-feira, 9 de outubro de 2012

anxiety, anxiety

roí as unhas depois de anos 
voltei a passar mal do estômago
ontem perdi o ônibus duas vezes
ah...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"coração: avante!"

hoje eu cabulei aula e voltei mais cedo pra casa. a universidade fica perto do lixão da cidade e na volta, o ônibus vai até o bairro do lixão antes de fazer o retorno. estava de fone, escutando músicas tristes e pensando nas coisas de sempre - tenho 19 anos e nunca fiz nada que realmente quis, vivo pelos outros, não quero estar aqui - e aí entrou uma moça e sentou na minha frente. ela estava com o cabelo molhado, usava um creme que me lembrou algo muito bom. tinha argolas nas orelhas e carregava uma sacola de viagem. "poxa, que chato sair de casa essa hora" pensei, esbanjando casmurrice. "será que ela está indo viajar pra encontrar o amor dela? todo mundo devia ser amado. todo mundo merece ser amado". comecei a rir. toda vez que tenho uma epifania, lembro de 2009; eu lendo aquele conto sobre epifania da clarice pra fazer vestibular. eu me achava confusa e triste naquela época. mal sabia que passaria por tristeza maior, por confusão maior. hoje eu não sou triste. eu fico triste. e a confusão? acho que agora é pelas coisas certas. olhei pra janela, o vento estava bagunçando só um pedaço do meu cabelo. começou a tocar "horizonte distante". pobre menina burguesa, perco tanto andando de carro... sorri.

(depois tive que andar 4,2 km até chegar em casa, mas pelo menos fui cantando. as ruas estavam vazias)

Grilo falante.

- Ele sonhou contigo, ele disse. As vezes eu fico confusa com o jeito dele, mas eu não sei ler pessoas, né? Acho que ele só está perdido, assim como todo mundo. E tem tanto amor dentro dele, que não sabe o que fazer. Assim como você. Acho que é por isso que vocês dois se dão tão bem. Apesar de diferentes, vocês veem o mundo praticamente da mesma forma. Apesar de terem passado por coisas diferentes, vocês chegaram a mesma conclusão. Só que ele vive. E você ainda está aprendendo a viver. Talvez seja por isso que você está desse jeito: ele te dá sede de vida. E todo mundo preciso de algo ou alguém que seja luz. Que seja estrada. Você quer sair do seu terreno cercado por estar vendo essa luz. É difícil sair de onde é seguro, eu sei. A luz pode se apagar no meio do caminho. Mas tuas pernas são fortes. Sei que vais seguir o caminho esperando que a luz volte a acender. E os dois vão completar a jornada, juntos. Como deve ser.