domingo, 21 de junho de 2009

Spleen juliano.

Como muito bem diria Baudelaire, "E os carros funerais, sem música ou tambor / lentos passam por mim e a esperança destarte / vencida, chora; e a angústia estorce-se de dor / sobre o meu crânio implanta o seu negro estandarte". Julho chegou.

OK, eu sei que julho não chegou oficialmente, mas as aulas acabaram (ok, eu ainda tenho 3 provas de 2ª chamada pra fazer, mas eu não vou olhar pra cara feia da coordenação, thank God), então é praticamente julho.

Nunca o mês de julho foi tão esperado por mim; talvez seja a ânsia pra que o ano termine e eu possa dizer: it's over! I finish this fucking shit! fuck ya'll, you school motherfuckers! (biiiiiiip, resposta correta). Mesmo sabendo que eu estou tottaly fucked em matemática, eu estou com um pensamento pseudo-árcade de carpe diem, no final vai dar certo.

Jazz, Blues e Folk tem me feito companhia, muito mais que as guitarras, baterias e baixos habituais. Horas e horas, escutando de BB King, Ella, London, Dylan, Cohen, Piaf , Nordine, Porter, Charles, Coleman e mais um monte. Qualquer tipo de livro cult está fora de cogitação - o último volume do Diário da Princesa sai dia 24, e a preparação pro final já começou. As únicas palavras sangradas - a única forma de descreve-las: sangradas - que não me saem da cabeça, são as da melhor crônica dos últimos tempos da última semana, da Rachel de Queiroz.

Talvez o último desejo

Pergunta-me com muita seriedade uma moça jornalista qual é o meu maior desejo para o ano de 1950 (2009). E a resposta natural é dizer-lhe que desejo muita paz, prosperidade pública e particular para todos, saúde e dinheiro aqui em casa. Que mais há pra dizer?

Mas a verdade, a verdade verdadeira que eu falar não posso, aquilo que representa o real desejo do meu coração, seria abrir os braços para o mundo, olhar para ele bem de frente e lhe dizer na cara: Te dana! (...)

"Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 73 (2009), mas ando mesmo descontente, desesperadamente eu grito em português. Tenho 25 (16) anos de sonho e de sangue e de América do Sul. Por força desse destino o tango argentino me vai bem melhor que o blues."
Mas tango argentino é para os momentos de euforia da Umáyra. Súbele el volumen a la música satánica!

ps. Três meses e quinze dias e o sol deixa de nascer e passar o dia quadrado.

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