sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sobre justificativas.

Aí a pessoa fala que não tá a fim de falar sobre sentimentos, vai escovar os dentes e lembra de algo cheio de sentimentos. Eu posso ser contraditória, né?

Hoje de manhã eu fui lavar uns sapatos e o Tony (meu cachorro) ficou perto de mim. De repente começou a latir pro nada. Eu, na maior das minhas viagens (cachorro é uma coisa maravilhosa: até o mais coração de pedra - como eu - se rende) comecei a perguntar pra ele (!) pra quem ele estava latindo. Alguns minutos depois ele parou, saiu de perto de mim e foi deitar no sol, perto da vasilha de água dele.
Normalmente eu fico de cabeça vazia quando faço algum serviço doméstico, mas aquilo me deixou encucada. "O meu cachorro", eu pensei, "é mais feliz que eu por não precisar se justificar". Ele faz o que  quer, por mais estranho que pareça (tipo isso de latir pro nada) e vai embora ficar na dele depois. 
Vai dizer que isso não é libertador?
Falta menos de um mês pra eu fazer 20 anos de idade e eu não faço ideia do que seja isso: não me justificar. Às vezes eu me pego explicando situações (ou até coisas da minha vida) pra desconhecidos. Meus pais então, sabem o porquê de cada respiração minha. Se isso me ajudou em alguma coisa e em algum momento?
Dificilmente.
                                                                           Verdade.

Desde quando eu comecei a usar as redes sociais (com 13 anos) isso só se intensificou. Por trás do "só devo algo a quem paga minhas contas" eu sempre me abro demais pra fazer amigos. "Eu sou desse jeito por motivos x, y e z" é minha frase padrão. E pra que? As pessoas não querem justificativas; elas só querem saber da vida dos outros por algum motivo que eu nunca vou entender.
No fim do ano passado eu decidi algo que vai mudar minha vida, e que vai se concretizar até antes do meio do desse ano. Todos os dias eu penso nisso e tenho medo. Medo de dar errado, medo de ser julgada, medo de não conseguir. Mas um dia tinha que acontecer, não é? Um dia eu tinha que tomar as rédeas de tudo e esquecer o que as pessoas pensam
Acho que evoluir é isso. 

ps. Eu passei dias sem twitter e facebook. Voltei pro twitter não sei porquê. Necessidade de conversar, acho. Eu tenho vários amigos aqui, mas quase ninguém tem tempo - e os que tem tempo não se interessam por nada que eu falo. Então eu vou gritar baboseira no twitter, onde sempre tem alguém pra falar. Mas a internet  mexe demais com a nossa cabeça quando a gente ta apaixonado. Eu não gosto de anônimos ou que perguntas e constatações que me ferem, e a internet é cheia disso. Fora que minha autoestima estava ficando pior que o normal por conta de alguém que não tem nada a ver. E eu estava ficando obcecada por pessoas que deveria esquecer que existem. Hoje estou oficialmente tentando largar as redes mais uma vez.

Um comentário:

Mauany disse...

Eu estou prestes a fazer um comentário "depoimento do orkut" alike. Espero que não seja too creepy.
Mas um dia eu te encontrei entre os membros de uma comunidade e gostei das cores da sua foto e do "m." de nome. Aí fui no seu perfi e vi um monte de comunidades com as quais eu me identificava. E um dia resolvi te procuar de novo e por acaso achei seu blog. Isso foi tipo 2010 ou antes.
E você virou umas das minhas pessoas favoritas da internet. E eu te segui no twitter. Demorei a seguir teu blog por vergonha, mas sempre vinha aqui. E você tem razão, eu não sei porque as pessoas se interessam pela vida das outras, mas de algum modo eu leio o que você escreve tentando achar algo que justifique o que acontece comigo também. Aquele sentimento de "não estou sozinha".
E sempre que você fala que vai desistir das redes sociais, eu te entendo e apoio, já que te faz mal. Mas eu sempre sinto falta e fico feliz quando você volta.

:*