segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Lisa Lisa, sad Lisa Lisa."

Bukowski, Hemingway, Sylvia, Virginia, Kerouac. Agora eu entendo vocês.

domingo, 13 de novembro de 2011

'I don't like you in that way."

Era uma vez uma menina que só se apaixonava por gente que não gostava dela. Sempre que essa menina falava de um garoto, os amigos dela começavam a pressionar "você deve contar a ele!". Mas ela era tímida e não tinha um pingo de amor-próprio - então enrolava, se apaixonava ainda mais e no fim se declarava da forma mais literária possível (cartas e coisas assim). A menina sempre acabava ignorada, doente de amor e por fim amargurada. Nunca na vida ela tinha sido amada "de volta". Então ela acabava comendo um pedaço de torta, lendo um livro, tomando chá e pílulas pra dormir.



(a paixão do outro post? curei comprando um livro da virginia woolf)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Estou entregue a ponto de estar sempre só."

Na primeira vez que eu amei, imaginei nós dois numa casa com cerquinhas brancas e noite do pôquer. Eu tinha 14 anos e bem... Tinha começado a ler romances de banca de jornal e estava determinada a assisti a maior quantidade de comédias românticas adolescentes que eu pudesse. Então digamos que o meu primeiro amor foi meio baseado no “Sonho americano” (mas não, eu não tive sonhos envolvendo pétalas de rosas caindo do céu, isso seria loucura demais até pra mim).
No ano seguinte, eu comecei a ler Jane Austen. Primeiro Orgulho e Preconceito, depois Razão e Sensibilidade. Assisti todas as versões possíveis de cada filme baseado nas obras da Jane. Li Emma, Mansfield Park, Persuasão e por último A Abadia de Northanger. O amor passou, mas a Jane ficou. Com 17, num dos melhores momentos da minha vida, conheci a casa onde ela terminou os maiores romances. Lembro até hoje do cheiro da casa, da sensação de tocar na escrivaninha dela e pensar “O Sr. Darcy nasceu aqui”. E desde então, Jane Austen é minha escritora do coração. E agora eu sinto que a entendo perfeitamente – porque me apaixonei de novo, no melhor estilo Austen.
Eu o conheço há menos de um ano. Nós nos vimos duas vezes. Mas eu sinto que poderia passar o resto da vida com ele. “Como?” eu me perguntei várias vezes. Como é possível se apaixonar por alguém que você mal conhece? Foi aí que me lembrei dos livros da Jane Austen. Elizabeth e Darcy mal se tocavam durante o livro e quando se falavam, trocavam farpas. Elinor e Edward conversaram poucas vezes.  Bastava um olhar. Uma palavra. Um gesto. E bum! Ali estava o amor. Por que isso não seria possível hoje?
Nós temos o mesmo gosto literário e cinematográfico. Ele gosta de Sex Pistols e Miles Davis (achei que isso fosse impossível, que eu fosse a única!). Ele gosta de Harry Potter, ficção científica e Van Gogh. Deus! Nós dois amamos Van Gogh. Ele vai ao cinema sozinho – nós somos do mesmo clubinho da solidão. E eu juro que nunca conheci alguém tão jovem e tão cavalheiro. Quando ele fala comigo na internet, meu coração bate tão forte quanto quando eu o vi do outro lado na rua (nas vezes que nós nos vimos). Eu nem consigo pensar direito agora, com tantos clichês pulando dentro da minha cabeça.  É maravilhoso e doloroso ao mesmo tempo. Porque eu tenho quase certeza é unilateral.
Eu sei que poderia fazê-lo feliz. Eu sinto. Mesmo me sentindo tremendamente inadequada pra ele, porque ele é lindo e eu sou esse projeto que ser humano que ainda  está tentando se descobrir, que não se encaixa em nenhum padrão de beleza (e que nem ao menos se ama), eu sinto que poderia fazê-lo feliz. Talvez ele nunca descubra. Talvez ele nunca perceba. Mas eu acredito naquilo de “se você ama, deixe ir”. Basta que ele seja feliz.
Eu tenho muito amor dentro de mim. Amor que eu neguei por bastante tempo por achar não sei por qual motivo que amar era demonstrar fraqueza. E agora ele está explodindo e eu não consigo  controlar. 
(Ou talvez eu tenha te inventado na minha cabeça, como diria Sylvia Plath).

domingo, 6 de novembro de 2011

Speechless.

Sua foto não me deixou dormir.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Secret garden.

Four months listening to that Bruce Springsteen song called Secret Garden. God, I miss London. Here I am, watching Jerry Maguire again. I should be studying, but I'm intoxicaded by memories and feelings right now. I miss them. They were my family. They are my family. 
They're in my heart.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Você só existe na minha cabeça

Li tanto romance, que acho que estou vivendo em um. Não acho que seja minha culpa - é culpa dos meus pais, que me ensinaram a ler cedo demais. Muitos livros, muita imaginação (o que é ótimo normalmente, só não está sendo nesse momento).

ps. minhas colegas de ensino médio fazendo concurso e eu aqui, preparando-me psicologicamente pra encarar o vestibular. Mais uma vez.
pps. meus pais tentaram me deixar longe dos romances, mas uma força maior não conseguiu (e que força filha da puta! hahaha)
ppps. preciso mesmo ter aulas de canto. Eu gosto e acho (apenas acho) que vale a pena investir.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Você não entende, até ter que passar por isso.

Prendo a respiração
quando vejo sua foto no feed de notícias do facebook.
Meu coração bate mais forte
quando você me retweeta no twitter
(quando manda dm ou menciona então, nem se fala).
Conto as horas pra entrar na internet.




(I don't think we'll ever touch each other).

sábado, 15 de outubro de 2011

Não sei cozinhar.

Estou tomando calmantes e anti-depressivos, vou largar Direito e voltar a estudar matemática pra cursar Letras/inglês.
E ah, vou voltar pra casa.


gosto de pensar que não fui vencida, mas que fiz uma escolha errada. escolhi o caminho errado. todo mundo faz isso um dia. 


(eu só quero voltar a sorrir)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Revivendo.

Você está nos meus pensamentos inapropriados.
Não sei se é tarde demais ou cedo demais pra sonhar com isso. Desde sempre, tudo o que eu conheço é repressão. Quando parava pra pensar, era sempre sobre o mundo, ou sobre o futuro. Meu presente nunca foi presente. Até agora. 
Tudo é clichê e eu sabia que os usaria de novo.
Sinto minha vida desmoronando: sei que não quero ficar, não sei pra onde ir.
Mas eu não me importo. A certeza de que você vai ser meu presente no instante em que eu fechar os olhos me faz querer abri-los. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Olho por olho...

É certo tirar a vida de alguém se esse alguém tirou uma vida?
Quais são os critérios utilizados pra julgar quem merece viver ou não?
E se a pessoa for inocente?
O ser humano se acha muito poderoso, mas não passa de um monte de bosta.




(Meu coração dói por Troy Davis)

"De modelo a toda terra..."

Eu sempre tive problemas com patriotismo.
Acho que todos os brasileiros tem. Isso de identidade nacional não faz muito sentido num lugar tão grande e tão miscigenado. Meus sentimentos quanto a isso sempre foram confusos - não entendia o que era ser patriota, mas chorava (e ainda choro) ao ouvir e cantar o hino nacional.
Aí eu saí do país. E entendi que não é preciso pensar igual ou parecer igual pra ser brasileiro. Eu apenas era brasileira. Acho que escrevi alguma coisa sobre isso na época em que estava fora, sobre o fim da minha confusão. E parei de me preocupar com isso.
Quando fui pra São Paulo e tive que lidar com pessoas que me faziam perguntas do tipo "Em Rondônia as lojas passam cartão de crédito?" ou "Lá tem prédios?" eu aumentei meu nível de tolerância em 1000%. Se antes eu respondia "Ah não, lá não passa cartão e olha, nós também não temos cachorro; nossos animais de estimação são onças. Eu tenho uma marca de garras, você quer ver?" eu passei a simplesmente olhar a pessoa com pena e responder com educação. Com o tempo as perguntas de mau gosto acabaram e só a curiosidade restou. Com curiosidade eu lido muito bem - porque eu mesma sou curiosa. Se conheço um lugar novo ou uma pessoa de um lugar diferente, quero saber de tudo: dos hábitos, da comida, do linguajar... de tudo que forma uma cultura.
Quando eu passei no vestibular e vim pra Pelotas, não me preocupei com adaptação. São Paulo tinha me preparado pra lidar com gente mal educada e  provavelmente pelo fato de ter vivido com outras pessoas que não eram da minha família, eu me tornei uma pessoa de "fácil convivência". Estou aqui há quase 8 meses e não tinha passado por nada muito estranho.
Até agora.
Ontem foi Dia do Gaúcho - uma celebração à Revolução Farroupilha.
Não é do meu interesse falar se faz sentido ou não celebrar uma guerra que não deu certo (entre os gaúchos mesmo não há um consenso em relação a isso), mas esse é gancho pra o que eu quero falar. Ontem minha página do facebook estava fervilhando: era como se a bandeira do Rio Grande do Sul estivesse batendo na minha cara. Alguns falavam sobre isso de celebrar uma guerra perdida, outros falavam que quem deveria ser honrado era o escravo negro que foi mandado pra guerra (e não o fazendeiro de bombacha que ficou tomando chimarrão na casa grande), mas a maioria falava no orgulho de ser gaúcho. Eu ri um pouco de alguns comentários ("a garra gaúcha é melhor que o jeitinho brasileiro") mas um me deixou estarrecida. Falava sobre as críticas do povo brasileiro sem unidade cultural ao povo Gaúcho (com letra maiúscula mesmo) e ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. O guri falou de intolerância cultural, honra as instituições familiares, sentimentos bairristas [(...)"pois assim como o povo catalão se orgulha de ser catalão e não espanhol, nós Gaúchos nos orgulhamos (...)] e pediu tolerância dos não gaúchos. Não sem antes falar que as ideologias e tradições dos não gaúchos se resumiam em "jeitinho brasileiro, cachaça, bunda, corrupção, violência, drogas, futebol e funk".
Eu ri mais um pouco. Babaca tem em todo lugar, eu pensei (vide Movimento São Paulo para Paulistas). 
Hoje o mesmo guri posta o texto do Arnaldo Jabor elogiando a cultura gaúcha e diz que o povo gaúcho é o único com honra e valor.
Foi o meu limite.
Uma coisa é um velho de 70 anos (que passou a vida inteira ouvindo que o seu povo era superior) pensar assim. Outra coisa bem diferente, é um estudante de DIREITO de 19 anos falar uma coisa dessas. Eu senti vontade de imprimir o texto do menino, grudar na porta da faculdade e escrever em vermelho: É ESSE TIPO DE PESSOA QUE ESTÁ SE FORMANDO AQUI. 
Uma das coisas que me revolta, é que nem todo gaúcho é assim. Eu fiz amigos maravilhosos aqui; conheci pessoas educadíssimas. E todos levam fama de bairrista, quando poucos são.
Tri chato isso, tchê.

Que de modelo a toda terra sirva a educação e o carinho de alguns gaudérios que conheci. Já as façanhas, que fiquem no passado. Não adianta nada se vangloriar pela coragem e pela honra de alguns, se você não sabe respeitar as diferenças. 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Finding beauty in negative spaces.

Ver beleza em tudo, menos no espelho.
Achar que não merece amor.


Ser tão hipócrita.

domingo, 11 de setembro de 2011

Caro amigo

Está acontecendo de novo
como aconteceu no meu passado não tão distante.


Mas agora, eu não conheço você.
Você não me conhece.


Talvez seja por isso que você me machuca.




(é horrível ter 14 anos outra vez)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sobre garotos, amigas e justificativas.

Então, eu dei uma olhada nas minhas postagens dos últimos meses e olha, como as pessoas me aguentam? Eu estou completamente em depressão. É engraçado dizer isso em voz alta. Eu lembro de mim mesma em 2008, quando tinha uma amiga que se cortava, tinha anorexia e me ligava pra avisar que ia se matar. Eu dizia pra os meus outros amigos "Deus! Eu nunca quero ser assim. Nunca. Nunca quero ter essa tristeza que ela tem, passar por isso que ela passa e parece não aguentar". Foi sutil, mas 3 anos depois aqui estou eu.

Enfim, não foi por isso que eu comecei a escrever isso. Foi pra contar duas coisas na verdade.

Primeiro a minha risada do dia (não foi exatamente hoje que eu ri - foi ontem a noite, mas ligar o computador a noite é dizer adeus a uma boa noite de sono e olá a uma madrugada inteira no tumblr e no twitter). Agora nas férias, uma amiga minha disse que acha que eu sou gay. Eu só olhei bem pra ela, mortificada e mudei de assunto, porque por mais amiga que seja de uma pessoa, eu nunca diria uma coisa dessas face to face. Aí eu comentei com outra amiga minha e ela mandou algo do tipo "Não importa de quem você goste, eu sempre vou ser sua amiga". Eu fiquei, what? Então quer dizer que todas as minhas amigas acham que eu sou gay? Aí eu voltei na primeira amiga e perguntei porque ela achava isso. E a resposta foi: "Ah, você nunca ficou com ninguém e sempre tá falando sobre gays no twitter". Então eu ri. Eu tenho 18 e nunca beijei/fiquei/namorei com ninguém, então todas as minha amigas acham que eu sou lésbica. 
Será que eu devo trocar de amigas? 
Quer dizer, elas nunca me fizeram perguntas profundas sobre o motivo de eu nunca ter me relacionado com ninguém. Sempre algo do tipo "Mas você não sente vontade?" e eu respondia "As vezes, mas não tô afim de procurar ninguém". Eu nunca me interessei. Com 13 anos, quando todo o meu círculo de amizades pensava nesse tipo de coisa (~~garotos~~) eu tive minha primeira crise existencial (pode rir, eu tô rindo também) por motivos religiosos. Eu risquei o símbolo da anarquia na parede do meu quarto. Daí pra frente, eu só conseguia pensar em vegetarianismo, trabalho voluntário, África, arte, literatura e cinema. Quando eu comecei a pensar em ~~garotos~~, eu já não tinha auto estima suficiente pra me relacionar com alguém (aquele lance de amor próprio e tal: acredito. Pena que não tenho) e estava (estou) tão louca com isso de escolha de profissão que nem liguei mais. Talvez seja "culpa" da criação que os meus pais me deram, mas eu dou muito mais importância ao meu futuro profissional que ao amoroso. 
Se pequei, foi por fazer as coisas no meu tempo e, é claro, não me justificar pra ninguém. "Nunca beijou?" Prefiro responder um "Aham" a um "Tenho outras prioridades (disserte sobre elas aqui)".
Isso de saber o que as minhas amigas realmente achavam de mim me incomodou por algumas semanas. Até ontem. Ontem eu estava passando roupa e assistindo jornal (tenho prioridades, haha) e vi uma reportagem sobre a África. Chorei vendo uma reportagem sobre a África, pra ser mais exata. Não que eu já não esteja acostumada a chorar vendo qualquer coisa na televisão sobre alguém passando frio/fome/sede/etc - eu faço isso desde sempre (ainda tem o plus de me sentir culpada por ter tudo e reclamar). Comecei a arquitetar todo um plano de largar a faculdade e ir fazer trabalho voluntário (faço sempre, desisto sempre), quando uma das minhas amigas me manda uma mensagem. Então eu ri. Gargalhei como se não houvesse amanhã. Porque enquanto geral acha que eu sou lésbica, a única coisa com que eu consigo me preocupar é um africano. Me senti dando um tapa na cara da sociedade - e das minha amigas. Nunca dormi tão bem.

A segunda coisa que eu tenho pra falar é algo que merece um texto só pra ela, mas eu tenho que digitar 3 trabalhos, então fica pra outro dia. Isso de Londres  e agora do David Cameron querer CENSURAR as mídias sociais. Nunca estive tão revoltada. Reino Unido, cadê liberdade?


ps. 716 palavras, meu bloqueio para escrita está oficialmente ACABADO.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Throbbing pain.

Aqui nesse mundo, nós só fazemos o que nos desagrada.
Não nos interessamos por sonhos ou ideologias. Os consideramos infantis. Crianças, crianças, seu mundo é cheio de crianças. Crianças que ganham dinheiro, que reproduzem, que fazem sexo por prazer, que se sentem no direito de dizer pra outras crianças que estas são infantis e inocentes e incoerentes e sonhadoras... Mas todos não passam de crianças. Vivem 40 anos de vaidade, sem parar um segundo sequer pra refletir sobre a existência. Aos 18 vendar. Aos 30 se vender. "Você já não é tão jovem rapaz, passou da hora de saber o que quer pro seu futuro." "Mas como senhor, se fui vendado aos 18?"


(Comam
sua pilha 
de dinheiro.)


É por isso que no nosso mundo só fazemos o que nos desagrada. Quando fazemos isso conscientemente, a dor é amenizada ao final dos 50 - quando a máquina vai contra a nossa vontade, começa a mostrar os sinais da morte de todos os dias e nos força a pensar. "Sempre fui um vendido. Mas nunca deixei de ser uma criança." Pobre criança.


(Você não pode viver de sonhos.)



sábado, 25 de junho de 2011

Eternal blues.

Não sente, não se vê, não consegue se acostumar com toques. Não é clássico, não é pop, não se achou. Cheio. Cheio de inconsistência. Não é bom em coisa alguma, mas engana muito bem. Não deixa ninguém se aproximar, ou verão as rachaduras. Ou o vazio? É oco? Não sabe. Tem medo de se preencher com álcool e virar alcoólatra. "Todos os prazeres são orais" mas ainda não pode ter prazeres. Não sabe se algum dia poderá. A única coisa que o faz viver, é a certeza da morte.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

I'm leaving my fingerprints in the end.

Ela tem o mundo inteiro na ponto dos dedos. Ela tem um mundo inteiro na ponta dos dedos.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Paths.

Esse frio que eu me obrigo a sentir, que faz as pontas dos meus dedos arderem e meu corpo tremer, é a única maneira de eu ter certeza que ainda sinto alguma coisa. 
As estradas que eu escolhi me deixaram perdida e eu não estava acostumada a estar perdida. Já não encontro felicidade no que antes me deixava feliz.
Um caminho, eu quero só um caminho. Talvez um caminho me faça ver um sentido em tudo. Porque eu não vejo mais.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Congrats.

Parabéns pela sua felicidade, sua organização, sua imparcialidade, sua vida social, seus amigos, sua beleza e sua certeza com relação ao futuro.
Sei que felicidade é momentânea (e relativa), imparcialidade se adquire com a idade, vida social só é boa quando seus amigos são bons, beleza não é maquiagem (ou padrão) e que algumas pessoas passam a vida e não descobrem o que querem.
Mas incerteza mata. Lentamente.
Estou morrendo.



terça-feira, 17 de maio de 2011

Hapiness.



Acabaram de chegar.


Euforia:
s.f. sensação fisiológica de bem-estar, satisfação, grande alegria.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cansei.

Eu quero ir embora.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

"Je lutte et je me débats"

acordo todos os dias sem a mínima vontade
de nada
banheiro branco, céu cinzento, roupas que parecem mais uniforme
padrões
meu medo
rabiscos e desenhos no caderno
dúvidas
incertezas
meu medo
olho minhas unhas e meias coloridas
ainda sou eu, penso aliviada
mesmo sem saber o que significa isso

domingo, 1 de maio de 2011

Melodia que me encanta.

Descobri que amo jazz como amo guitarras gritantes - provavelmente por assistir a filmes antigos demais. Ontem passei a tarde inteira ouvindo Ornette Coleman e Melody Gardot, até entrar em estado de semi-inconsciência (mesmo tendo 10 páginas de Sistemas Jurídicos pra digitar). 


Valeu a pena procrastinar.

sábado, 30 de abril de 2011

Contraditório, portanto humano?

Ele gostava da solidão, de não precisar dar satisfação a ninguém. Mas ao mesmo tempo, estar sozinho o consumia. Fazia-o sentir miserável.
Sentir-se miserável cansava.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Everyone's got one.

Eu nunca afirmei ser corajosa ou não ser hipócrita. A única coisa que neguei veementemente por toda vida foi ser sensível. Mas e daí se eu tenho um coração e nego? Deep inside, I know I have a heart.


"The hills are alive with the sound of music
With songs they have sung for a thousand years
The hills fill my heart with the sound of music
My heart wants to sing every song it hears

My heart wants to beat like the wings of the birds
that rise from the lake to the trees
My heart wants to sigh like a chime that flies
from a church on a breeze
To laugh like a brook when it trips and falls over
stones on its way
To sing through the night like a lark who is learning to pray

I go to the hills when my heart is lonely
I know I will hear what I've heard before
My heart will be blessed with the sound of music
And I'll sing once more"


(The sound of music)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Em terra minha, Karl Popper é rei.

"Temos pois de proclamar, em nome da tolêrancia, o direito de não sermos tolerantes com os intolerantes. Temos de proclamar que qualquer movimento que promova a intolerância se coloca fora da lei, e temos de considerar criminoso todo e qualquer incitamento à intolerância e à perseguição, como consideramos criminoso o incitamento ao homicídio, ao rapto, ou ao restablecimento do tráfico de escravos." (Karl Popper)


Aí eu descubro que amiga minha, muito próxima defende Jair Bolsonaro.
Bitch, please.


Não precisa ser de esquerda, mas concordar com preconceito?
Bitch, please.


Meu maior preconceito é contra preconceituosos. 



sábado, 9 de abril de 2011

Gênesis, capítulo quatro.

Tento não me sentir traída, tento não sentir ciúme. Mas sou filha de Eva e Adão. Sou fruto da humanidade. E isso de me atirar o passado às faces e usar metáforas pra dizer o quanto sou pequena e ingênua, não te transforma no justo Abel.

Não irá me atingir. Aquele que tocar em Caim, será castigado sete vezes.






(pra jogar mágoa fora, como a gente faz?)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Minha pessoa de Pessoa.

"Mas eu não tenho problemas
tenho só mistérios
Todos choram as minhas lágrimas,
porque as minhas lágrimas são todos
Todos sofrem no meu coração
porque o meu coração é tudo."
(Álvaro de Campos)

A tragédia da vida real.

Todos os dramas de todos os livros não se comparam à vida real. Matar crianças por ter sofrido bullying na escola, saber manusear armas sem ter antecedentes criminais, ter uma louca como mãe biológica e ser fanático religioso - soa familiar, não? Eu mesma já me deparei com isso em várias crônicas policiais baratas.
Mas nada vai se comparar ao que eu senti quando cheguei da faculdade, reclamando da minha vida por não conseguir ir a um show (arrepios só de pensar na futilidade da coisa toda), e li sobre uma verdadeira tragédia. Ao que eu senti, vendo expressões e lágrimas que se misturaram com as minhas. 
Eu não pude doar sangue ou dar qualquer tipo de apoio a nenhum dos que sofriam (e sofrem).
Mas o meu coração pesa ao pensar nas crianças e família destruídas. 

domingo, 3 de abril de 2011

Rosto, livro.

- Você está linda de Jane Eyre.
- Não sei, prefiro Emma. 
- Woodhouse? "Bonita, inteligente e rica"?
- Você esqueceu de imune à atração romântica e mimada.
- Deus, como você me diverte com seus complexos.
- Divirto? Dá-me um dia, que eu viro Catherine Earnshaw e acabo com seu coração.
- Deixa disso. Eu prefiro quando você é você mesma. És a mais bonitas de todas.





quinta-feira, 31 de março de 2011

Vida.

                                                                                                     In Ictu Oculi, de Juan de Valdes Leal.




"Num piscar de olhos."





terça-feira, 29 de março de 2011

Emptiness.

Tão grande. Tão sem sentido.













Sou tão pequena.

Selfish.

Estou presa numa teia em que eu mesma me meti. Não tenho coragem suficiente pra sair. As pessoas acima de mim tentam me convencer do contrário.
Cansei de ser egoísta.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"The little things, they try to break me down"

Meus dedos estão cortados e meu sangue foi para o lixo, junto com cascas de batata e abóbora. Lavar louça é doloroso, por causa dos cortes. Subo três andares com duas sacolas retornáveis de compra. Perdi aula por perder a hora. As pessoas que conversam comigo querem desistir. Eu quero desistir.

Comprei um açaí vagabundo e escutei Julie London a tarde toda. Felicidade é o meu sobrenome.


Gotta maintain.


ps. experimentem ouvir Bing Crosby cantando Mele Kalikimaka. Não importa se não é natal. É alegria instantânea. 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Para ver essa menina.




"Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos..."
(Para ver as meninas - Paulinho da Viola)




ps. Não riam do meu abridor de garrafa.  
pps. Não foi exatamente um "porre de sexta-feira". Eu só fiquei algumas horas me sentindo meio engraçada e digitando tudo errado da forma mais lenta possível. Se fosse porre eu não estaria aqui, 03:23 da madrugada.
ppps. E sim, foi a primeira vez.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A girl's heart.

A piece of my heart is across the ocean, with that one that treated me like a girl for the first time. Another piece of my heart is dead and since no one asked me a thing about it, I'll never talk about it. 
But there's this piece... This amazing piece I just hide it for years. It's beating faster, scaring me. It's wonderful, it's...
alive.

Université.

das oito da manhã ao meio dia
eu não sinto o meu ser
talvez seja porque
eu não saiba o que é o meu ser
se eu continuo sendo a mesma
que só encontra felicidade em romances água-com-açúcar e musicais
que só ama idéias 
e que só é verdadeira com as pessoas
quando há uma folha de caderno ou uma tela de computador
envolvida na comunicação
ou se agora
eu sou responsável
ou se agora 
eu sou
mulher






Sinto-me sozinha e deslocada. A solidão eu esperava. Suave. Que me faz cantar alto e falar comigo mesma, só pra escutar alguma voz. Estar deslocada era o que eu temia. Sentir culpa por ser falante e gostar de expor minhas radicais opiniões.
Sentir é o meu problema.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eu nunca disse que era boa com palavras.

Fazer um discurso? Seria muito clichê. Não tem o que falar. Não... Eu estaria mentindo. Tem sim. Agora eu tenho 18, vou pra universidade, vou morar sozinha, posso sair e posso beber. Agora sem o romance: eu vou lavar minha própria roupa, não ter uma televisão em casa, fazer minha própria comida, ter de ir andando para todos os lugares, não posso sair e fazer a adolescente de American Pie porque tenho de ser responsável e terei que ler toneladas de livros que provavelmente não vão fazer parte do meu futuro. 
Congratulem-me por entrar na maioridade agora. Mas usem os argumentos certos.

(meu discurso de 18 anos mental)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Toc toc

faz o meu coração
quando bato
meus braços doem
sinto meu cérebro se desligando
não
não sinto
isso não é sentir
é não sentir
estou
oca










"já estou cheio
de me sentir vazio
meu corpo é quente
estou sentindo frio"

Um novo começo.

"Oh não, mais uma vez não" pensou. Desligou o telefone e sentiu a náusea chegando. Sabia que ficaria assim por um longo tempo. Passou a tarde inteira calada; esperou até o jantar para falar alguma coisa. "Passa a salada, por favor".  A tímida lágrima passou despercebida. Eles não ligavam.
Hora de se reinventar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Sem luva de pelica, nem nada.

- Você sabe qual é o seu problema? Eu te digo. Você não faz planos. Nunca. Você só sonha, alto e bastante. Por isso toda essa frustração.



(digam alô pra essa universitária aqui!)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

C'est ma vie.

Tentar.
Fracassar.
Tentar.
Fracassar.
Tentar
e
fracassar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Don't you forget about me.

Sempre achei que fose neofóbica, mas como (até o ano passado) nada de novo tinha acontecido comigo, não tinha certeza.
No segundo dia de 2009 eu escrevi isso:

"Sim, eu estou MORRENDO de medo desse ano. E nem é do vestibular, eu percebi. É do futuro. Esse é meu último ano (não por morte) em que tá tudo certinho. Em que eu tô segura, vou seguir uma rotina bonitinha. Comprar uniforme, material escolar, esperar discursos chatos da coordenação ("VOCÊS SÃO OS MEHORES! EU SEI, EU POSSO, EU PASSO! AEAEAEAE!"), ter a pressão das notas etc etc. A partir de 2010 é REL LIFE, I'm sorry Umáyra. Você tentou lutar contra isso, mas cresceu. Babau. Se vira agora. Sem papaizinho pra ir te defender se alguma coisa der errado.


Isso me assusta."

Não passei no vestibular, blá blá blá, muito drama, fiquei 2010 praticamente inteiro longe da minha família e tô aqui na luta de novo.

Mas a sensação é diferente.

I went with the flow. E apesar de eu brincar, dizendo que 2010 foi meu "Ano das Primeiras vezes", é verdade. Não me preocupei com nada ano passado. Não me permiti sentir nada que nao fosse o presente. E as minhas rotinas não tinham mais o mesmo gosto das antigas. Porque agora eu quero o novo (ou ao menos uma rotina nova).

Então acho que isso não faz de mim uma neofóbica - o que já ajuda muito na minha busca pela auto-realização. A gnose diz que para conhecermos o universo, devemos conhecer a nós mesmos, então cada aspecto meu que eu mesma descubro é um passo pra longe das minhas persistentes crises existenciais.

Mas a melancolia sempre está aqui. Allison, de "O clube dos cinco" disse que "quando você cresce seu coração morre". O meu parece estar morrendo aos poucos. Crescendo e desaparecendo (e isso mostra que minha alma é mais barroca que a da maioria das pessoas; mas como esse barroquismo todo não me ajuda em nada, acho que não é motivo pra eu me orgulhar ou qualquer coisa assim).

2011 começou no spleen: cheio de pensamentos depressivos, eu com vontade de ir-me embora pra Pelotas e deixar meus amigos e família pra trás. Família porque eu descobri que é melhor sentir saudade que conviver, e amigos porque eu sempre me sinto sem amigos (ou quero me sentir assim. Não sei se sempre fui Bukowski ou se Bukowski me fez ser assim).
Enfim.

O bolo de chocolate da minha tia-avó me devolveu a vontade de viver, assim como "Don't you forget about me" do Simple Minds. "Rain keeps falling down (...) (but) I'll be alone dancing, you know it baby..."