domingo, 29 de abril de 2018

eu não quero mais ter telefone

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sexta-feira, 20 de abril de 2018

confesión

a veces creo que nadie va a enamorarse de mí sin sentir verguenza

Contando

Você me disse que ela era louca, e claro que eu desconfiei, porque todas nós somos um pouco loucas. Não. Minto. Você não me disse que ela era exatamente louca, mas me contou das coisas que ela fazia, e eu achei que ela fosse um pouco louca. Você me falou o primeiro nome dela, e deu pequenos detalhes, suficientes para que eu montasse um quebra-cabeça, uma colcha de retalhos de alguém que teve algo que eu não tenho. 
Há duas semanas eu sentei do lado de alguém que parecia com ela. O mais estranho de tudo é que aquele lugar era enorme, e eu poderia ter encontrado todas as pessoas do mundo, mas eu encontrei justamente com a imagem que eu formei dela baseada nas coisas que você disse. Ela também usava óculos, e parecia assertiva. Você me disse que ela não era confiante, mas eu acho que todas as pessoas confiantes demais escondem alguma insegurança. Ela falava alto, era menor que eu, e eu até poderia dizer que parecia mais bonita. Ela estava falando sobre algo meio sexual, e violento, e eu pensei em todas as minhas travas, aquelas que eu não ouso falar na análise.
Perdi a fome. 
Empurrei aquele bolo de comida pra aguentar a tarde atarefada.
A voz dela ficou mais alta pros meus ouvidos, e eu senti vontade de gritar. Ninguém mais estava ouvindo aquela voz estridente? Ninguém mais achava que ela parecia louca, e grande demais, mesmo sendo menor que eu? 
Senti frio e fiquei com medo de vomitar toda a comida e todos os sentimentos da frente de pessoas que não conhecia. 
Eu sou uma mulher grande, mas me senti minúscula. Um quebra-cabeça irreal tornou real o meu maior medo: o de ser exposta como uma menina.

domingo, 8 de abril de 2018

Meu eu de agora

Eu tenho depressão (de novo), não consigo controlar a ansiedade e se transformou em transtorno, que juntou com um transtorno obssessivo compulsivo (não sei de onde).
Venci esse leão uma vez, e vou vencer de novo.
Quinta começo com os remédios.
Queria poder responder as pessoas e conversar. Meu amor pelos meus amigos continua o mesmo, senão maior. Sou muito grata. Mas estou meio perdida e queria sumir. Não sei como vou pedir perdão pra eles (por ser ausente) depois que isso passar. Eu queria ser mais forte.


ps. Oi Marte. Eu procurei seu comentário anual de aniversário e fiquei triste quando não achei. Vi hoje e abri o maior sorriso do dia. Todo ano eu penso no quão livresca é essa nossa relação - eu não te conheço, não sei se você me conhece, mas sei que você me conhece porque me lê (e tirando a terapia, aqui é o lugar em que eu mais sou eu mesma). Talvez um dia eu escreva um livro sobre isso, mesmo que eu nunca te conheça. Aí posso escolher o final...