quarta-feira, 31 de março de 2021

de nuevo, hasta la plenitud

 si todo está hecho, estoy lista para recomenzar

se van las ropas, los sapatos y los cuadernos

la fuerza, la encuentro en los pequeños momentos

no me olvidaré

estoy libre

domingo, 28 de março de 2021

E juro que respondo tudo no whatsapp amanhã

Eu estou há dois dias sem redes sociais, e cada dia sem deixa mais fácil lidar com a falta.
Quando eu penso no meu uso de redes sociais, eu vejo o quanto eu uso mais quando estou solitária. Talvez sejam todos os anos morando sozinha: o twitter, o facebook, o tumblr, o que seja, eram uma maneira de interagir com alguém - amigos, colegas que são possíveis amigos ou mesmo desconhecidos. Quando eu estou com a minha família ou os meus amigos, eu acabo usando muito menos, e me expondo muito menos. Não que se expor seja um problema; mas eu sinto que é um problema pra mim.
Eu fui uma adolescente que queria ser a Greta Garbo.
Ao mesmo tempo em que eu queria me encontrar no mundo e me entender melhor, eu queria ser invisível. Eu queria ser especial pra alguém, o centro do mundo de alguém, mas queria ser invisível pra todo o resto. Hoje eu sei e sinto que sou especial pra mim, e não preciso ser o centro do mundo de ninguém, mas sigo querendo ser invisível (seja usando preto pra me disfarçar ou sendo espalhafatosa quando me dá na telha, mas SÓ pra mim). Talvez, acima de tudo, eu só queira ser deixada em paz. Talvez eu só queira ser tranquila, sem sentir esse impulso incontrolável e avassalador de me comparar com outros.
Eu acho que as redes sociais são gasolina pra esse impulso.
Hoje eu vi um programa de TV com uma mulher muito bonita, também gorda, mas dentro de vários outros padrões em que eu não estou incluída. Ela me lembrou uma imagem muito específica: a descrição da mulher ideal do último cara que eu fiquei. Era um programa engraçado, mas eu senti uma vontade imensa de chorar. Eu só conseguia pensar no porquê de não ser bonita daquele jeito, e quase abri o twitter pra fazer alguma piada, ou ver algum meme ou notícia horrorosa sobre o Brasil. Eu desisti, mas vim escrever aqui, como fazia na adolescência, como se fosse um diário - sem nenhum compromisso de escrever bonito, ou fazer com que algo faça sentido. Acho que esses poucos parágrafos estão fazendo com que eu me sinta melhor.
Hoje eu fiz as unhas e organizei algumas coisas. As roupas que não me servem estão aos poucos deixando de ser uma prioridade, e eu acho que em pouco tempo eu vou conseguir me livrar delas sem sentir culpa ou qualquer coisa assim.
Eu acho que estou cada vez mais perto de conseguir me livrar de muita coisa que me faz mal. Sem culpa, sem tristeza, só aceitação de que tudo tem um fim, e que nem tudo é pra mim. Eu escrevo isso com lágrimas nos olhos hoje, mas um dia eu sei que vou apenas sorrir.

terça-feira, 23 de março de 2021

e então eu acordei

 eu tive um sonho em que eu era uma grande bola de gelatina, que não precisava se preocupar com absolutamente nada, e senti um alívio que não consigo descrever 

sábado, 13 de março de 2021

Transtorno obsessivo compulsivo

Ontem eu tive uma crise de ansiedade causada pelo TOC, de chorar na cama e querer que meu cérebro fosse arrancado da minha cabeça. 
Eu tenho vergonha de explicar para as pessoas o que eu penso quando entro em uma crise obsessiva, porque parece uma coisa muito imbecil.
Eu tenho nojo de banheiros. 
Desde que me entendo por gente, banheiros são uma questão pra mim, e tenho um nojo inexplicável de banheiros. Os meus piores pesadelos envolvem banheiros, e meu rosto ou qualquer parte do meu corpo encostando no chão sujo, no box, na banheira, na pia ou no vaso sanitário. É completamente irracional, mas quando eu entro em crise, mesmo acordada, é só nisso que eu consigo pensar. 
Então vem o enjoo. 
Eu sinto uma náusea incontrolável, de ter que segurar pra não colocar o que quer que esteja no meu estômago pra fora. E começo a chorar. Eu sinto um desespero que não dá pra explicar, enquanto as imagens passam de novo e de novo e de novo no meu cérebro, e eu não consigo parar. Fico completamente travada. 
É horrível, eu não entendo de onde vem e quando acontece, eu faço o máximo que posso pra que ninguém perceba, e fico vendo vídeos ou rabiscando cadernos pra que passe.
Ontem foi bem ruim. 
Eu acabei dormindo mal, e não consegui acordar cedo pra fazer o que tenho que fazer hoje. Eu quis me recompensar pelo sofrimento psíquico com comida e joguei "cannoli" e "creme brulée" no ubereats, mas não encontrei nenhum restaurante que vendesse. Pensei que se eu estivesse em São Paulo ou numa cidade maior, eu provavelmente encontraria. Mas eu não estou em nenhum desses lugares, e não consigo sair daqui enquanto não terminar o que me propus a fazer aqui. Sem recompensa de comida dessa vez. 

terça-feira, 9 de março de 2021

Quando eu vou ser a mulher da minha vida?

Hoje não foi um bom dia. Hoje todos os pensamentos de rejeição voltaram, e passei o dia com um nó na garganta. Hoje eu quis desaparecer. 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Mudanças, hábitos e mudanças de hábitos

Acho dolorosa e ao mesmo tempo libertadora a sensação de pensar que nada me impede de mudar alguns hábitos ruins que tenho. Ou mudar qualquer hábito que seja, nem que seja só por mudar. Só depende mim.
Amanhã começo a me mudar pra um lugar novo, preciso dar continuidade ao projeto de ter tudo o que preciso em apenas duas malas. O que significa que algumas roupas que não uso e não  cabem mais em mim vão ter que ir embora. Assim como tralhas pequenas, que eu acabo carregando de um lado para o outro sem saber muito bem porque: meu quarto agora é menor, e a única coisa que eu preciso por enquanto é de um computador e disciplina o suficiente pra terminar de escrever minha dissertação.
Eu também não aguento mais ter retenção de líquidos. Não consigo colocar uma meia por 20 minutos sem parecer que fizeram um molde de massinha escolar por cima das minhas pernas. O que significa que eu preciso mudar mais ainda minha alimentação - eu já tinha conseguido diminuir muito o açúcar, agora preciso fazer isso com o sal e os ultraprocessados. São coisas que amo, de verdade. Mas não aguento mais dores nos joelhos, nas pernas, as inflamações que o excesso de lactose (que eu insisto em comer, mesmo não podendo) causaram. E ninguém, absolutamente ninguém pode fazer isso por mim... Só eu.

Eu não sei quando vou poder ir ao Brasil pra ter uma rotina. Pra ir ao médico, poder caminhar no calor todos os dias, ter uma alimentação equilibrada. Ou eu começo agora, ou vou ficar adiando isso tudo pra um dia que não sei qual é. Acho que ser adulta é cuidar um pouco de mim, e tirar um tempo pra mim - não apenas ficar preocupada o tempo inteiro com as minhas responsabilidades, e com minha vida acadêmica (ou mesmo minha saúde mental, que é muito melhor tratada que meu próprio corpo).

A primavera tá chegando, os dias estão ficando mais quentes e menos chuvosos, e a vontade de sair sempre pra caminhar voltou com força total. Eu aproveito isso pra conseguir acordar cedo, tomar meu chá mate e ter horários mais rígidos.
Talvez eu precise ser tão rígida com o cuidado do meu corpo como eu sou rígida com o meu psicológico. 

Tenho conseguido responder aos poucos as mensagens no WhatsApp. Também tenho tido vontade de voltar a falar com o freela de foda (ou o objeto, como minha terapeuta gosta de chamá-lo). Resolvi que só falo com ele quando tiver colocado absolutamente todas as minhas mensagens em dia, e se sobrar tempo.
Às vezes essas vontades são só truques da mente que quer ser ociosa, e quer procurar problema onde não existe mais.