Sempre achei que fose neofóbica, mas como (até o ano passado) nada de novo tinha acontecido comigo, não tinha certeza.
No segundo dia de 2009 eu escrevi isso:
"Sim, eu estou MORRENDO de medo desse ano. E nem é do vestibular, eu percebi. É do futuro. Esse é meu último ano (não por morte) em que tá tudo certinho. Em que eu tô segura, vou seguir uma rotina bonitinha. Comprar uniforme, material escolar, esperar discursos chatos da coordenação ("VOCÊS SÃO OS MEHORES! EU SEI, EU POSSO, EU PASSO! AEAEAEAE!"), ter a pressão das notas etc etc. A partir de 2010 é REL LIFE, I'm sorry Umáyra. Você tentou lutar contra isso, mas cresceu. Babau. Se vira agora. Sem papaizinho pra ir te defender se alguma coisa der errado.
Isso me assusta."
Não passei no vestibular, blá blá blá, muito drama, fiquei 2010 praticamente inteiro longe da minha família e tô aqui na luta de novo.
Mas a sensação é diferente.
I went with the flow. E apesar de eu brincar, dizendo que 2010 foi meu "Ano das Primeiras vezes", é verdade. Não me preocupei com nada ano passado. Não me permiti sentir nada que nao fosse o presente. E as minhas rotinas não tinham mais o mesmo gosto das antigas. Porque agora eu quero o novo (ou ao menos uma rotina nova).
Então acho que isso não faz de mim uma neofóbica - o que já ajuda muito na minha busca pela auto-realização. A gnose diz que para conhecermos o universo, devemos conhecer a nós mesmos, então cada aspecto meu que eu mesma descubro é um passo pra longe das minhas persistentes crises existenciais.
Mas a melancolia sempre está aqui. Allison, de "O clube dos cinco" disse que "quando você cresce seu coração morre". O meu parece estar morrendo aos poucos. Crescendo e desaparecendo (e isso mostra que minha alma é mais barroca que a da maioria das pessoas; mas como esse barroquismo todo não me ajuda em nada, acho que não é motivo pra eu me orgulhar ou qualquer coisa assim).
2011 começou no spleen: cheio de pensamentos depressivos, eu com vontade de ir-me embora pra Pelotas e deixar meus amigos e família pra trás. Família porque eu descobri que é melhor sentir saudade que conviver, e amigos porque eu sempre me sinto sem amigos (ou quero me sentir assim. Não sei se sempre fui Bukowski ou se Bukowski me fez ser assim).
Enfim.
O bolo de chocolate da minha tia-avó me devolveu a vontade de viver, assim como "Don't you forget about me" do Simple Minds. "Rain keeps falling down (...) (but) I'll be alone dancing, you know it baby..."
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