quarta-feira, 23 de novembro de 2016

"Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber"

Tenho prazos a cumprir e a depressão que eu segurei por um tempo voltou com tudo hoje. É quase sempre quando a gente tá atolado em trabalho né? Aí a  técnica de se afundar em trabalho pra não pensar que quer sumir não funciona. Fico com aquela sensação esquisita que o Leminski e o Renato Russo já descreveram tão bem, de estar cheio do vazio, o corpo quente sentindo frio. Eu colo recados coloridos com memento mori por toda a casa pra lembrar o que sei racionalmente: que vai passar... Mas é tipo droga: eu esqueço que é o horror enquanto dura.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A internet várzea, a internet moleque

Uma das minhas coisas prediletas a fazer quando estou entediada é entrar no Omegle pra falar inglês. Claro, é como um mar de pintos, a mão tem que estar no ESC pra mudar de conversa (e fugir de tarados e pintos) o tempo todo, mas de vez em quando dá pra encontrar alguém legal, que também foi movido por alguma força louca e sem sentido pra entrar no Omegle. Ontem eu conversei:
- com uma travesti inglesa que mora na Tailândia e gosta de música eletrônica, a Suzanne;
- com um belga mentiroso que disse conhecer o Dimitri Vegas (um DJ famoso que eu só conhecia porque meu irmão fica ouvindo música de maloqueiro boyzinho enquanto toma banho/dirige e todo mundo de casa acaba ouvindo também);
- Um cara que parecia normal mas me chamou de "Mistress" e quando eu comecei a rir falou que gostava de ser humilhado com risada. Fiquei com medo e dei ESC na conversa em questão de segundos, mas passei um bom tempo rindo da situação e do tipo de pessoa que a internet esconde.
Mas né, não esconde. A internet é composta de seres humanos (ainda bem que quase ninguém me lê, e se lê, provavelmente é de humanas e não vai retrucar que a internet é feita de megabytes ou qualquer coisa assim que eu não sei o nome) e humanos são estranhos e fingem muito bem. Quando a gente para pra pensar, o tio de onde você compra um lanchinho pode ser alguém que curte S&M e ser humilhado por pessoas que dão risada dele na internet, e seu colega de classe por de ter fetiche por pés, ou qualquer coisa que parece bizarrice mas é mais comum que a gente imagina.
Às vezes eu esqueço dessa internet pré-textão no facebook, hashtag no twitter e no instagram. Sinceramente? É maravilhosa (zero comportamento de massa, 100% tara que vem do âmago, movida por desejos pessoais solitários).

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Tentando ser Armada Dumbledore e Neville depois que o Harry vai embora de Hogwarts.

Hoje fiquei acordada até 3h da madrugada (mesmo sabendo que teria que levantar às 7h) pra saber quem seria o novo presidente dos EUA. Quando o Trump foi ganhando em quase todos os estados e eu fui me xingando por mais uma vez não tentar entender o sistema eleitoral americano, bateu o desespero. Minha timeline do twitter estava em choque, todos os jornalistas e estrangeiros que eu sigo não conseguiam acreditar no que estava acontecendo. Parecia um pesadelo. Surreal. Pra falar a verdade, ainda parece surreal: eu cheguei na FFLCH e todo mundo só falava disso, meu professor de Literatura Brasileira que se atem ao programa o máximo que pode não parou de soltar comentários embasbacados durante a aula e passei o dia conversando com meus amigos no whatsapp sobre o que eu estava sentido. 
É medo. 
Eu me sinto dentro de um livro de terror, um livro de história. Só consigo lembrar dos livros de relato de guerra e ditadura que li, em que todo mundo sabia que havia algo errado, as pessoas trocavam cartas e se encontravam pra falar que algo estava MUITO errado e o mundo seguia em frente. A turba vivia como se nada estivesse fora de lugar, e de repente o fascismo começava a gargalhar na cara de todo mundo. Sempre malicioso, sempre disfarçado de progresso e "bem maior" - enquanto toda e qualquer minoria que ousasse ir contra era massacrada. Me assusta muito o fato de o Brasil não escancarar a memória do horror que foi a Ditadura Militar; isso dá margem pra Bolsonaros e Malafaias vomitarem ódio sem culpa nenhuma, e sem que nada aconteça com eles. Os filhotes da ditadura que só sabem esbravejar "Comunistas! Guerrilheiros!" tomam força, e os jovenzinhos que não aprendem de forma plena filosofia, sociologia e história na escola, acham que tortura é algo comum. Que matar um ser humano é normal. Que alguém não ter um direito por ser diferente é ok. Ah, esse nosso país cristão...
O Trump ser presidente da maior máquina de guerra do mundo sendo louco do jeito que é: assusta. Mas o fato de ele ganhar a eleição falando as coisas que falou e defendendo as coisas que defendeu assusta um milhão de vezes mais. Votar num homem que estupra mulheres, racista, xenófobo e intolerante é dar apoio a esse tipo de comportamento. Votar num homem que saúda um torturador, é ser conivente com tortura. 
Tenho a sensação contínua de caminhar pra trás. Parece que as pessoas vestem uma máscara de progressistas, de inclusivas, mas basta um fascista aparecer e começar a despejar retórica (boa ou não) que as pessoas se revelam. Eu decidi que vou militar, que não vou deixar discurso de ódio passar, que vou ter paciência pra discutir - agora mais do que nunca o debate é importante -, mas às vezes eu sento na cadeira da minha sala, meu coração se aperta e eu só tenho vontade de sumir pra não ver o mal que o futuro (dessa vez não tão distante) vai trazer. É muito difícil ter forças. 

Queria que minha edição surrada de A Ordem da Fênix estivesse aqui comigo agora.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

De todos os livros e filmes que já vi na vida, a personagem com quem eu mais me identifiquei foi a May, de A vida secreta das abelhas. Não só porque nós temos o mesmo apelido, mas porque ela é excessivamente sensível. Eu sempre fui sensível demais e sempre chorei muito. Quando algo muito feliz acontece comigo ou com qualquer pessoa, eu choro e sinto que meu coração vai transbordar de alegria. Quando algo muito triste acontece, eu choro e passo dias sentindo que o mundo não vale a pena. O vô tá no hospital desde semana passada e eu já não estava muito bem, daí hoje recebo a notícia de que o filho de um amigo no meu pai foi assassinado. Ele era policial, daqueles que eu desaprovo, que batem palma pra gente que incita a violência. Mas ele não merecia morrer, muito menos de forma tão violenta. Quando eu paro pra pensar, acho que ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém - mesmo um criminoso merece julgamento. Que seja punido pela justiça terrena. Mas nenhuma vida vale mais do que a outra, por mais degenerada que a pessoa esteja. O Bianor Jr. tinha 25 anos - era só dois anos mais velho que eu. Ele não era alguém da Síria, alguém por quem meu coração pesa mas se blinda. Ele não era próximo. Eu lembro mais do irmão dele que foi fazer vestibular comigo no Acre, e da mãe dele que me chamava de boneca e dizia que queria muito ter tido uma filha menina (eram quatro meninos). Meu pai acabou de me dizer que 6h da manhã ela estava lavando o asfalto porque não queria o sangue do filho dela no chão. Eu sei que Deus não tira a dor do nosso peito, porque inúmeras vezes eu implorei pra Deus tirar do meu coração esse monte de coisa ruim que eu sinto e escondo, então não sei se peço pra Deus ou pra qualquer outra divindade tirar o peito da mãe do Bianor Jr o que ela tá sentindo agora.
Eu queria poder ajudar a pessoas de alguma forma.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Deus,

Eu quase nunca falo com você, mas já escrevi várias vezes pra alguém que não sei o nome e nem sei se me ouve ou se existe. Eu acho que existe porque eu sinto que existe, mas não tenho certeza. Também acho que a certeza não é importante. Desde segunda eu não durmo direito e tô com esse nó na garganta. Às vezes eu choro também, como agora. Eu não sei se meu vô vai conseguir melhorar ou não. Meu outro vô também teve avc e meu pai passou por isso, então quando eu escuto meu pai falar racionalmente, fico menos preocupada. Menos ansiosa. Mas hoje parece que meu vô não tá muito bem. Liguei pro meu pai e ele tava passando o telefone da neurologista amiga da minha mãe pras minhas tias. Minha mãe só avisou que tava indo pra Belém amanhã. Eu sei que isso não é bom. Meu vô tá sofrendo, minha família tá sofrendo e eu sei que minha mãe tá sofrendo e eu não posso fazer nada. Eu não sei rezar. Não sei se rezar ajuda em alguma coisa. Não sei nem a situação real do meu vô, se peço pra você fazer com que ele melhore, ou só que ele não sofra e que ele aguente até pelo menos minha mãe chegar em Belém. Quando meu tio foi assassinado eu era criança e não entendi muito bem o que tava acontecendo. Mas pelo menos eu tava perto dos meus pais. Agora não to. Nunca consegui ficar em silêncio e rezar, mas sempre consegui escrever. Acho que isso é uma oração. Se eu acho que é, e sinto que é, talvez seja. Tomara que você me escute.

domingo, 9 de outubro de 2016

It's alright, Ma

Eu ia escrever algo sobre setembro amarelo e minha luta contra ansiedade e depressão, mas o mundo riu bem na minha cara e eu entrei em mais um período depressivo. Não limpo a casa há duas semanas, não como direito, tem louça empilhada na pia e só levanto na hora certa durante a semana - quando levanto. Culpei o tempo frio ("ah, deve ser depressão sazonal"), mas esquentou e eu não tive coragem de sair da cama pra resolver meu problema com o bilhete único. Ando sentindo muita dor de cabeça e tentando não tomar remédio pra não ficar mais sonolenta. Também ando chorando muito mais que o normal - que já é absurdo - e ainda não marquei nenhuma consulta médica, nem comecei a procurar terapia.
Mas quando eu terminar de escrever isso, vou lavar o cabelo e ir até o terminal Bandeira andando e ouvindo rádio. Talvez um solzinho melhore o que está me deixando assim - seja lá o que for.

sábado, 24 de setembro de 2016

facenot

fiz um facebook pra acompanhar o grupo da minha última matéria do português na faculdade e já cai num buraco negro de pessoas com vidas maravilhosas - enquanto to aqui, na cama desde a hora em que acordei, só fiz refeições ridículas e não fiz 3% do que me propus a fazer hoje.
eu queria dar uma sumidinha...

sábado, 17 de setembro de 2016

nobody knows you when you're down and out

(mesmo que clapton tenha sido estragado pra mim)

domingo, 11 de setembro de 2016

breath in, breath out

- eu tento ser uma pessoa melhor todos os dias
- eu tento fazer coisas bonitas
- meu exterior não vale nem um terço do meu interior

(repete até ficar bem)
(procura terapeuta pra essa semana mesmo)

sábado, 10 de setembro de 2016

I've been locked inside your heart-shaped box for weeks

god is probably eyeing me like a pisces for more than a month

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

"O que é meu não se divide"

Eu sempre gostei de ter um tempo pra mim.

Talvez seja coisa de gente que gosta de muito de ler e tem mais livros que amigos (saudades comunidade do orkut); mesmo aproveitando o tempo que tinha com meus amigos, minha hora mais sagrada era a hora da leitura - normalmente no meu quarto, deitada, às vezes escondida no banheiro para escapar de alguma função doméstica. Em Londres eu aprendi a gostar de andar sozinha pelas ruas, no meu próprio ritmo (rápido quando eu tinha compromisso e olhando pra tudo quando eu só tinha que visitar algum museu). Em Pelotas eu aprendi a fazer compras só pra uma pessoa, a viajar nos assentos mais perto da porta pra fugir dos tarados do fundo do ônibus, a chegar em casa e ter o silêncio me esperando. Foi em Pelotas que ganhei meu computador, que não me deixava ficar só nem quieta por nenhum segundo - eu chegava em casa e ia direto me abrir pra desconhecidos em redes sociais.
Só aqui em São Paulo eu aprendi verdadeiramente a ser só.
Fiz mudanças, faxinas, refeições e fui ao cinema. Mesmo quando namorava, fazia quase tudo só. Agora que quase não uso mais redes sociais e meu celular quase não funciona, nem o pisca-pisca incessante de conhecidos distantes me faz companhia - e eu não poderia estar mais feliz.
Sinto que cresço. Cada dia descubro alguma coisa sobre mim, aprendo alguma coisa e me acostumo com o silêncio. Às vezes eu tenho que driblar o silêncio, mas nada que fones de ouvido e vídeos de karaokê não ajudem. Já não fujo mais da terrível ligação para marcar consultas médicas, nem de lavar as frutas assim que chego do mercado. Anoto tudo o que preciso fazer na minha agenda, e sinto um prazer quase físico quando risco o que fiz no dia. Não dependo emocionalmente de ninguém que não me ame incondicionalmente (minha família).

Eu finalmente me basto.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Agora eu tento cozinhar

Em 15 de outubro de 2011 eu escrevi:


"Não sei cozinhar.

Estou tomando calmantes e anti-depressivos, vou largar Direito e voltar a estudar matemática pra cursar Letras/inglês.
E ah, vou voltar pra casa.


gosto de pensar que não fui vencida, mas que fiz uma escolha errada. escolhi o caminho errado. todo mundo faz isso um dia. 


(eu só quero voltar a sorrir)"

No outro ano eu larguei os calmantes e antidepressivos porque não aguentava mais ficar estuporada. Também larguei a terapia, porque não conseguia mais falar com a terapeuta. Hoje sinto que fiz a coisa errada, mas na hora pareceu bem certo pra mim.
Ainda fiquei mais quase dois anos no limbo do Direito. Só larguei tudo em agosto de 2013, depois de ter várias crises de enxaqueca, não assistir nenhuma aula e mentir pros meus pais até conseguir dar um ponto final nessa parte "perda de tempo" da minha vida. Hoje tento pensar que nada na vida é perda de tempo e que tudo é aprendizado (ou eu penso assim ou enlouqueço). Estudei quase nada de matemática e passei no vestibular com as humanas mesmo.
Voltei pra casa só pra melhorar minha relação com meus pais - até hoje não é perfeita, mas hoje eu sei que eles são seres humanos. E eu também sou. Tentamos, acertamos, conversamos. E assim seguimos.
Letras/inglês ficou pra trás em algum ponto de 2014, quando eu decidi fazer Letras/hebraico. Não é nem um pouco fácil, mas é apaixonante. E é escolha minha, só minha. Assusta e fascina ao mesmo tempo.
Eu me faço sorrir. Com coisas pequenas, tolas. Choro mais de felicidade e emoção que de tristeza. Mas às vezes eu choro de tristeza também. Às vezes eu ainda quero que o teto caia em cima da minha cabeça. Às vezes eu me esforço e esse sentimento ruim passa, às vezes não. Mas alguma coisa não me faz desistir - mesmo com as incontáveis crises de autoestima, ansiedade e cia (i)limitada. Acho que isso é crescer e ficar mais forte, e pelo menos disso eu nunca tive dúvidas: eu sou forte pra caralho.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Suspirando aliviada

Meu professor de Literatura Brasileira é tão bom, que passei a aula sorrindo e esquecendo de copiar as coisas de tão apaixonada que fiquei ouvindo ele falar.
Acho que esse vai ser um bom semestre.

ps. lembrando que eu torci pela greve do semestre passado justamente por estar sofrendo com LB. LB é minha matéria predileta e dita meu humor.
pps. vou ter quilos de coisa pra ler. Empurrando crise de autoestima pra debaixo do tapete em 3, 2, 1...

sábado, 20 de agosto de 2016

O BRASIL GANHOU E EU FUI CORRENDO COM O COMPUTADOR PRA SALA VER GERAL CHORAR E CHORAR OUVINDO O HINO NACIONAL (choro desde criança quando ouço/canto)

ALSO: memes
MEMES BRASILEIROS
BRASIL MELHOR PAÍS
vídeo do neymar indo abraçar a bruna marquezine
MEUS DEDOS JÁ ESTÃO PREPARADOS PRA ESCREVER A FANFIC

(indo ler uma fic do neymar com a bruna marquezine neste instante)

Ainda sobre ressaca moral feat vida acadêmica

Ainda falta uma nota, mas esse foi meu melhor semestre DISPARADO na faculdade. Dúvidas:
1) peguei o jeito da academia?
2) foi só por causa da greve? (professores foram lenientes na correção das provas/trabalhos)
3) ou foi só meu esforço emocional (que foi quase hercúleo) que valeu a pena?
Mistério.

Em outras partes da vida: fecho os olhos e lembro de coisas embaraçosas (que sinceramente nem sei se foram embaraçosas ou não, não lembro direito). Fico aqui pensando que se as pessoas me conhecessem de verdade (ou minha parte que aceito mostrar) eu conseguiria ter mais amigos.
Isso é, até elas quererem conversar comigo por whatsapp, twitter, e-mail e descobrirem que eu perdi todo o meu traquejo cibernético (era o que restava, porque traquejo social nunca tive).

Enfim, jogo do Brasil contra a Alemanha e eu to trancada no quarto vendo Buffy (e procurando links pra assistir A Múmia pela vigésima vez). Traumatized enough.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Remédios alternativos

Pra crise de autoestima (uma semana, dois dias, continuo contando) e ansiedade:

- Corro e pulo pelo quarto ouvindo música com fones de ouvido;
- Limpo a casa - mesmo tendo prova pra fazer
- Lavo o banheiro
- Anoto num papel tudo o que quero mudar em mim
- Tomo um banho quente
- Deito e fico vendo vídeos de life hacks no youtube

20:13, terça-feira, vamos à faxina!

domingo, 7 de agosto de 2016

Sobre ser mulher

Parei de tomar anticoncepcional depois de quatro anos tomando e tá sendo uma das viagens mais loucas da minha vida (lembrando que: eu alucinava quando tomava clonazepam, tomo um pouquinho de café e passo dois dias acordada e fiquei MUITO LOUCA quando a sedação da cirurgia da mão foi passando). Variação hormonal é um troço muito doido.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Sobre ressaca moral:

Primeira vez que fiquei de ressaca: prometi que nunca mais tomaria uma garrafa de vodca inteira sozinha e ficaria muito louca da cachaça a ponto de ter ressaca.
Sábado eu fiquei muito louca da cachaça e apesar de não ter ficado no pontinho da ressaca física, a ressaca moral me devora tal qual Djavan. Que fique registrado que: nunca mais.

ps. minha autoestima continua pior que a do cara da música do Offspring e passei o domingo chorando por causa disso, maior role errado do carai PORÉM VAMOS ESQUECER
pps. mas hahahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaHAHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA vou guardar uma foto pra lembrar com carinho certas coisas

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ponto final

Estoy lista para la acción.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

No moralzinha? Deu.

Ter amigos com gosto e opinião diferente: eu gostar de sorvete de menta com chocolate e você não. Você xingar quem aborta ou dá apoio à liberdade de escolha da mulher (substitui aí por qualquer opinião polêmica) sabendo que eu já abortei ou dou apoio a quem já abortou, desculpa aí, mas é falta de respeito. É você fazer questão de ser grosseiro, de xingar e se achar melhor por achar que algo diferente é certo. Toda vez que alguém vem com esse papinho mole de "não termino amizade por causa de x" eu fico me perguntando o porquê de a pessoa fazer questão de gritar isso pro mundo, como se fosse superior por não terminar amizade por x ou y. Como se as pessoas não tivessem critérios diferentes pra escolha de amigos e amores. Todo mundo tem um critério. Se o meu critério é política, opinião polêmica, sabor de sorvete ou beleza, quem é você pra falar que eu estou errada? Quem é você pra se achar superior a mim e fazer questão de me agredir verbalmente? Fala que quer espalhar amor e tolerância mas não perde a oportunidade de agredir publicamente quem pensa diferente. E antes que alguém venha me dizer que eu já fiz isso: provavelmente já fiz mesmo. Assim com fiz uma porção de coisa que considero errada e grosseira, mas tento corrigir - ou pelo menos fazer sem alguém por perto, justamente pra não ser rude. Mas eu vejo cada vez mais que a galera do "vamos respeitar as diferenças" é a que mais se sente superior e tenta rebaixar quem pensa diferente.
Quando alguém me olha com desdém, diz que eu sou babaca por perder amigos por que quero fazer "justiça social", eu lembro do Rolfe, da Noviça Rebelde. Antes da ascensão do fascismo, a Liesl von Trapp e o Rolfe eram apaixonados; depois que ele se une ao exército do Hitler ele fica tão bitolado que delata a família von Trapp para os superiores - justamente porque os von Trapp não concordavam com o nazismo e estavam fugindo do país. E eu fico me perguntando se num futuro distópico em que opiniões com as quais não compactuo fossem regras, se certas pessoas me entregariam ou não...


ps. greve dos professores acabou hoje e amanhã vou pra Porto Velho. Estabeleci um prazo pra fazer o trabalho de Literatura Brasileira: até terça-feira. Nem que eu vire noites. Pelo menos em Porto Velho sei que quando bater a broca eu posso abrir a geladeira que vai ter comida (obrigada mãe, pela sua não preguiça de fazer compras)
pps. talvez minha mala dê excesso e to meio puta comigo mesma por ter tanta tralha (to levando pra PVH coisas que não uso em SP)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

apenas:

"If this is love, I don't want it
If this is love, you can keep it
You call this love, you don't respect it
If this is love, why am I hurting?

(...)
Don't give a damn 'bout what you think
Would you like it if I start to change?
Cause I wonder what you did to me
Takin' up space so you can be free
Cause I didn't give you what you need

At the end of the day
While you are with me
We're on different lanes
Chasing different things

Are you having fun?"

(Lanes, Yuna)

terça-feira, 14 de junho de 2016

novidades

1- Ainda em greve e muito feliz;
2- Só vou começar a fazer meus trabalhos de verdade agora;
3- Dois amigos de infância de Porto velho me visitaram em São Paulo e foi muito louco (duas semanas com gente em casa: um teste pra minha mania de organização e limpeza)
4- Estou incrivelmente bem. Sério. Com umas ideias diferentes, mas sem pressão e ansiedade. Bem até com minha aparência. O que um tempo fora da internet, só com meus livrinhos, filmes e minhas anotações não faz...
5- Criei um tumblr só pra falar de goiabinhas (http://rainhadosgoiabinhas.tumblr.com) e to bem feliz com isso também (eu queria viver só pra falar de goiabinhas).

quinta-feira, 12 de maio de 2016

bucket list?

- ver um golpe de estado: check

quarta-feira, 11 de maio de 2016

vira-tempo

se eu pudesse voltar no tempo, eu voltaria quatro anos e me pouparia de muita dor de cabeça e arrependimento

sábado, 7 de maio de 2016

que a fé não costuma falhar

VAI TER GREVE

(agora só preciso torcer pra que meus professores não queiram dar aula, mesmo com o prédio talvez sendo fechado)
(os trabalhadores terceirizados porem abrir o prédio e tem professor que quer dar aula mesmo sem biblioteca etc)

terça-feira, 3 de maio de 2016

cristã?

perdão você pede pra deus
eu mesma não prometi nada pra ninguém

enough is enough

sobre carregar fardo emocional alheio:
nope
no más
não
lo
no

basta eu me sentindo culpada por tudo

sábado, 30 de abril de 2016

imatura?

"não termino amizades por política"

UMA SALVA DE PALMAS, PARABÉNS CARA 

pois eu termino mesmo
ó minha cara de quem vai andar de mão dada com gente que bate palma pra maluco dançar
(obs. minha cara não tá bonita, mas como ela é nunca é bonita, vou só deixar registrado que no momento ela é de negação)

Diário de bordo, última semana de abril

Talvez eu esteja socando ficção na minha vida pra não prestar atenção no mundo real?
BITCH
I MIGHT BE

Essa semana eu:
1- reclamei pra caralho da minha aula de literatura brasileira, que fica cada vez pior (se não tiver greve eu realmente não sei como vou fazer pra aguentar assistir essas aulas até junho)
2- terminei a série dos irmãos Maddox só por terminar, porque pelo amor, que horror. Não sei se o primeiro livro (e as variações dele) foram tão ruins quanto o resto da série, mas foi difícil passar pelos dois últimos. Eu tenho uma teoria do porque, mas preciso escrever sobre ela em outra postagem
3- assisti The Vow e sim, aparentemente a obsessão da J.R.Ward pelo Channing Tatum passou pra mim e eu tenho zero problemas com isso porque QUE HOMÃO DA PORRA?? Muito fofo e engraçado (mas odiei The Vow, cheguei a odiar a Rachel McAdams, só aceitei o final porque é baseado numa história real)

that's it for now
continuemos na corrente de oração pela greve e eu poder fazer trabalho sem ter que ir pra aula bosta

sábado, 23 de abril de 2016

Preciso de um tumblr pra falar de goiabinhas

Terminei a série "Real", da Katy Evans e bateu uma leve ressaquinha.

Não lembro exatamente como descobri o primeiro livro (acho que vi cartaz no metrô? Ou recomendação no facebook, não lembro mesmo), mas li os três primeiros ano passado, um atrás do outro. Lembro de achar o ritmo meio over, muito intenso pro meu gosto, mas acabei acostumando e gostei. Tenho bastante dificuldade com essas autoras de romance mais novas; como meu início no romance foi ~~top de linha~~ com Nora Roberts, Sophie Kinsella, Marian Keyes e Meg Cabot, ficou bem difícil achar autoras que conseguem equilibrar o romance com drama e humor (a única que conseguiu roubar meu s2 depois de velha foi a J.R.Ward).
Enfim, voltando à série da ressaca.
Tem lá esse cara lutador (o Remy Tate) que encontra com essa corredora aposentada (a Brooke) que lascou o joelho nas Olimpíadas. A Brooke vai arrastada pro Underground (um troço alternativo, meio MMA) e quando o Tate olha pra cara dela fica alucineides, os dois sentem uma conexão muio louca, enfim, o lance revira olhos de alguns romances que eu nunca ouvi ninguém na vida real dizer que sente mas é fofinho quando descrito da maneira certa nos livros. Aliás, problematizando um tico mais: lembro de ficar extremamente incomodada com a obsessão do Remy pela Tate. Um ciúme meio sem medida, sei lá. No final do livro fica meio explicado: ele é bipolar, nunca amou ninguém, ninguém nunca amou o pobre (os pais o jogaram numa clínica quando ele tinha 13 anos) etc. De novo: o cara querer dar o mundo pra mina, "você é minha pra sempre" até satisfaz a visão amorosa judaico-cristã da galera, mas né, tem sempre um jeito de escrever sobre isso sem parecer coisa de maníaco (Norinha Roberts é mestre em fazer isso, saudades Nora, já já volto pra você). Os três primeiros livros são sobre os dois; eu li o terceiro super rápido porque achei a tradução meio porca e tava meio enjoada do mela-mela do casal.
Eis que esse ano estou eu, lindíssima mexendo no goodreads e vejo que a série tem mais três livros. Marquei pra ler depois e final de semana passado resolvi ir atrás. Não me arrependi, mas tenho algumas ressalvas.
O quarto livro é sobre a amiga louca da Brooke, a Melanie. Começa o livro ela sedutora na balada, rainha da dança. Um boy chega a flertar com ela, mas ela fica "bububu não existe amor em Seatle, um labirinto místico, onde os grafites gritam" e vai embora. Fora da balada, ela descobre que o conversível dela tá sem a capota e começou o maior toró (porque sim, ela tem que ser a personagem irreverente que tem um conversível em Seatle, a cidade em que segundo as minhas leituras, mais chove nos EUA); bate um desespero na mulher mas TCHARAM! Tá lá o boy bombado pra salvar o carro. Atração instantânea fatal. O boy é o Greyson, filho do dono do Underground, e é misterioso e ~perigoso~. De todos os livros da série, esse é mais pesado (tem uns assassinatos, um lance meio máfia), o que mais tem cena quente (fui olhar o facebook da autora e fiquei rindo de uma foto de perfil dela meio de vózinha, ela do lado de umas flores, só consegui pensar que doideira é essa mulher com cara de girl-next-door descrevendo com detalhes uma cena de sexo anal) e o primeiro em que o exagero da história foi pra escrita. A conexão do casal é rápida demais e MEU DEUS, o que essa mulher TEM com MAIÚSCULAS e EXCLAMAÇÕES (eu me senti gritando dentro da minha própria cabeça enquanto lia). Uma pausa pra dizer o quanto eu li das piadinhas com Grey (a Melanie curte chamar o Greyson de Grey) e 50 tons de cinza. Galera pode falar o que quiser, mas 50 tons foi uma reviravolta no mundo dos romances (preciso inclusive escrever sobre esse lance bdsm que tenho pensado bastante).
O quinto livro é sobre a Pandora, a amiga gótica da Melanie e da Brooke. O primeiro amor dela foi o Kenna, um cara que acabou virando vocalista de uma banda de rock famosíssima. A história deles é meio triste, você-não-gosta-de-mim-mas-sua-filha-gosta, gravidez na adolescência, primeiro amor a mil por hora... Boring. Eu gostei porque gosto de qualquer coisa (e livro com cara de banda, nossa senhora, minha FRAQUEZA), mas pfff, boring. Uns buracos na trama que arghhhhh, mas enfim, terminei rapidinho pra ler logo o sexto. 
O sexto foca numa prima da Brooke, a Reese. Como ela se apaixona por um lutador novato do Underground (o Maverick) tem alguns relances da Brooke e do Remy no livro (saudades). Achei o mais fofo. Sem exagero de cena com sexo, um amorzinho meio puppy love, uma graça. Terminei e bateu uma tristeza.

Eu recomendo a série pra quem curte qualquer baboseira, como eu (meu amigo Bruno uma vez me disse um lance que selou minha relação com cultura pop mais ou menos: "Nós dois gostamos do Britney Jean, nós não temos critério". E é isso mesmo).

quinta-feira, 21 de abril de 2016

bolão

o que tá pior:
o país, minha saúde ou minha vida acadêmica?

domingo, 17 de abril de 2016

sobre o brasil hoje

to dividida:
faço tal qual a classe média alta paulista que foge pra miami (no caso eu daria um jeito de fugir pra londres, que é onde eu tenho conhecidos), viro militante, me mato ou continuo a viver apática?

um grande vômito pra essa câmara dos deputados que só fala de deus, família, moral, bons costumes e não aceita que uma mulher que pense o contrário deles fale 

sábado, 16 de abril de 2016

desejo

eu só quero:

(  ) um amor que acabe o meu sofrer

(x) que a universidade de são paulo entre em greve (mais especificamente a letras)


ps. ontem eu acordei 5h da manhã pra ler um texto pra aula, fui super cedo pra faculdade, 8h a prof não tinha chegado, decidi que se ela não chegasse até 8:15 eu iria em embora, deu 8:15, quando eu tava saindo ela chegou, fui pra casa, cheguei, abri a janela e fiquei sentada numa cadeira olhando pra rua por algum tempo. Não sei o que tá acontecendo comigo, mas não é bom.

domingo, 3 de abril de 2016

Tanto bate até que fura

Quase todos os dias da minha vida algo me deixa triste. Eu vivo desmotivada, com dores, com olheiras profundas de tantos anos sem dormir direito. Às vezes a tristeza é passageira - eu me dou um tempo, tomo um banho, como um chocolate, leio um livro e melhoro. Às vezes eu ignoro e continuo levantando da cama todos os dias na hora certa, indo pra faculdade e estudando mesmo quando não consigo me concentrar em absolutamente nada. Às vezes é depressão - e eu estive no buraco muitas vezes e por tempo suficiente pra saber quando é e quando não é -, mas mesmo sendo algo que me deixa no piloto automático, me faz deixar pilhas de louça suja na pia e a cama desfeita (eu arrumo a cama todos os depois que levanto) eu não deixo de fazer o que devo fazer e não desisto. Não desisto porque já sobrevivi uma vez, porque sou privilegiada e por mais que duvide de mim mesma a cada segundo (meus sonhos soam como piada pra mim e a cada falha eu ouço uma voz na minha cabeça me dizendo que eu sou burra e incompetente), eu ainda consigo me ver equilibrada e realizada em um futuro distante. 
Toda vez que eu sinto um ataque de pânico ou uma crise de depressão eu reprimo. Reprimo porque a cada instante alguém me diz que é frescura, que eu tenho tudo o que quero de bens materiais e que meus privilégios não podem ser mensurados; acabei internalizando o que esse monte de gente me disse e agora quem diz isso pra mim sou eu mesma. E infelizmente, além de ter uma dificuldade enorme pra me perdoar, costumo ser mais dura comigo que qualquer outra pessoa.
Eu não durmo bem há alguns anos. Em algumas épocas fica pior e eu fico com tanta vergonha que não saio de casa sem corretivo debaixo dos olhos. Cortei leituras na cama, celular, redes sociais; passei a ter horário relativamente fixo pra dormir e mesmo assim continuo dormindo mal ou tendo insônia. Minha alimentação também mudou: depois de vários anos sem comer carne, eu voltei a comer. Não como mais nada com lactose por causa da intolerância. Como frutas, verduras, eventualmente café, raramente álcool e doces com parcimônia (quase tudo de doce tem lactose). E mesmo assim meu estômago dói como se tivesse uma furadeira dentro dele e vivo com enjoo. Meus exames deram nada.
Não lembro de um dia depois da puberdade em que eu não tenha sentido dores no corpo. Dores de cabeça me acompanham há anos. Há algum tempo eu desenvolvi uma urticária maluca que vai e volta quando quer. E mesmo assim não desisto. Não deixo de fazer o que tenho que fazer. Abafo todas as crises de ansiedade, tento chorar no ônibus ou em algum horário que não atrapalhe minha rotina de estudos e quando sinto uma tristeza profunda e sinto que sou incapaz de ser boa em qualquer coisa na vida, eu ignoro. É frescura meu corpo estar respondendo? 
Dizem que se uma pessoa consegue sair de alguma distúrbio psicológico, ela não sai a mesma. Eu era reticente em relação a isso até sentir na pele: eu não sou a mesma menina de antes dos 18 anos, quando eu senti tão lixo que quis acabar com a minha vida. E apesar de lutar por algum equilíbrio todos os dias, às vezes minha mente volta pra aquele quarto branco e pra aquele monte de remédio que eu tomei de uma vez só, achando que melhoraria de alguma forma.
Eu faço listas do que preciso fazer porque acho que talvez isso me dê equilíbrio.
Eu escrevo sobre os meus sentimentos pra tirar de dentro de mim e ver se isso me dá alguma paz.
Eu levanto da cama todos os dias, tomo banho, faço todas as refeições e estudo pra sentir que valho alguma coisa e que vou alcançar algum sonho algum dia (um passo de cada vez).
Eu rio de coisas que não riria há alguns anos atrás (quando era muito mais mal humorada) e agradeço pelo que tenho pra ver se isso me deixa mais feliz.
Não venham me dizer que sou fraca, que o que tenho é frescura sem saber da peleja que tenho comigo mesma.

sábado, 2 de abril de 2016

aconteceu

desde o começo do semestre eu ando com urticária nervosa e com o estômago bem ruim, mas ontem rolou o primeiro breakdown real. saí da letras frustradíssima por causa de uma prova e vim chorando pra casa o caminho inteiro, me sentindo o último dos seres humanos porque meus pais pagam bem caro pra eu estar aqui e eu não consigo nem aprender as coisas direito.
depois que voltei da fisioterapia tomei um banho e voltei a estudar com força total.
apesar de gostar de achar que sim, eu não desisto assim tão fácil.

quinta-feira, 31 de março de 2016

tá foda

manas,
o nabo vindo na minha direção tá cada vez mais perto
mas to aqui fazendo trabalho ouvindo calle 13, bem de boa

sexta-feira, 25 de março de 2016

desistir?

eu não joguei a toalha, eu só estou brincando de enrolar a toalha e bater nos outros e em mim com ela

quarta-feira, 23 de março de 2016

pisces

eu juro por qualquer divindade que faço qualquer coisa pra parar de SONHAR ACORDADA, coisa horrorosa, pelo amor

terça-feira, 22 de março de 2016

e a urticária comendo no centro

gente pelo amor de deus jesus cristo maria eu preciso estudar uma tonelada de textos mas eu só consigo ficar relendo esses romances ridículos?? e ontem eu fiquei bêbada cantando tina turner NO MEIO D TARDE e hoje vou sair com uma amiga depois das 22h numa terça-feira?? uma semana de folga da faculdade pra estudar se tornando uma semana de folga da faculdade pra ficar farreando?? socorro (fico nervosa, com uma coceira do cão, mas não abro uma porra de um texto me odeio demais)

domingo, 20 de março de 2016

Belleza en lugares oscuros

Eu nunca gostei de falar sobre minha própria imagem com a minha terapeuta.
Não sei exatamente quando meu corpo deixou de ser um instrumento útil pra minha vida e passou a ser esse problema que de tempos em tempos eu fico remoendo (provavelmente na Terrível Adolescência), mas sei que só comecei a conseguir falar sobre beleza quando alguém que não era da minha família me chamou de "bonita". 
Eu sempre achei todo mundo bonito. Lembro que no ensino médio, estudei com uma mocinha meio atarracada, calada, que usava óculos com lentes bem grossas e o cabelo cortado tipo uma cuia. Um dia eu a vi presenteando uma colega ("por você ter me ajudado com física", ela disse) e dando um dos sorrisos mais bonitos que eu já vi na vida (só não barra o sorriso da primeira estátua humana que eu vi na vida, aos 15 anos, quando eu visitei o Rio de Janeiro. Nunca vou esquecer aquele sorriso). O rosto da mocinha ficou ensolarado e lindo. Depois disso, todas as vezes que eu olhava pra ela, os comentários maldosos sobre o corte de cabelo dela sumiam e eu só conseguia lembrar dela sorrindo por fazer alguém feliz. Acho que só aprendi a ver beleza interior nesse dia, aos 16 anos de idade.
Mesmo sabendo diferenciar beleza interior de exterior e sabendo que nem todo mundo se encaixava em um padrão, segui enterrando meus pensamentos sobre mim mesma - e quando vinham à tona, sempre eram negativos. É muito mais fácil listar todos os meus defeitos e feiuras internos e externos que pensar em algo positivo. Autoestima baixa e autoconsciência são os inimigos com quem eu batalho todos os dias ao me olhar no espelho.
Quando me perguntavam qual parte do meu corpo eu achava mais bonita, eu respondia que gostava da minha mão esquerda e da minha boca. Minha boca virou meu nêmesis com o passar dos anos (compulsão alimentar and shit), mas eu sempre gostei das minhas mãos. A esquerda especialmente por eu não usá-la: ela não tinha cicatrizes e os dedos longos e unhas compridas estavam sempre muito bem feitos e hidratados. Os dedos que eu quebrei em janeiro foram os da mão esquerda. Eu agora tenho quatro furos nas bases dos dedos (onde os ferros ficaram) e uma cicatriz que virou queloide no anelar (o médico fez pra tirar o sangue preso dos dois dias em que meu dedo ficou parado sem eu saber que estava quebrado). A primeira coisa que eu pensei quando cai no asfalto foi que minha mão ficaria feia. Amanhã fazem dois meses que eu cai no chão e pensei essa bobeira. Hoje eu só consigo pensar que quero voltar a ter mão boa - quero voltar a fechar a mão e segurar as coisas sem sentir dor - e que se foda beleza. Eu não nasci pra ser bonita, eu nasci pra ser útil pra mim e pros outros.

(É meio doloroso aceitar isso, tão doloroso quanto quando eu aceitei que não queria ser magra, queria ser saudável. Doloroso porque aparentemente eu preciso ver o lado ruim da moeda pra perceber que não to nesse mundo pra sofrer.)

quarta-feira, 9 de março de 2016

lolapreguiça

faltam 2 dias pro tal festival de música (não tão) alternativa e a quantidade de hipster de perna comprida e hot pants, skinny jeans preto e chapéu de material não confortável (nesse calor impiedoso que anda fazendo) paulista/augusta triplicou. dá pra ver nos olhos de cada um os sonhos de morar em são paulo e dar rolé na starbucks.
eu já tive esse sonho (menos a parte da starbucks; depois de muito gastar o dinheiro dos meus pais com besteira, hoje tenho consideração). até vir pra são paulo e descobrir que em dia de chuva, o ônibus demora 1h a mais no trânsito que o normal e que nem sempre a gente tem grana pra comer em lanchonete descolada.

DEUS É MAIS

1- tirei os ferros dos dedos. 
2- preciso desesperadamente estudar!!!!!!!!!! perdi essas três semanas.
3- chega de: facilitar as coisas pra quem me usa como segunda opção; deixar de valorizar quem se importa de verdade comigo.

that's all, hasta luego (tirei os ferros hoje, então como tem buracos nos meus dedos, minha mão ainda tá enrolada em faixa. quando a fisioterapia começar a dar jeito na mão eu volto a escrever mais e com mais frequência)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

"for the praying mother and the worried father: let your children go"

cheguei em são paulo e já consegui estragar meu estômago com alguma coisa. fui fazer compras e me toquei que vou ficar com o braço direito marombado de tanto fazer tudo com ele. pela primeira vez na vida não to contando os dias pro meu aniversário, mas sim pro dia em que eu vou tirar essa tala maldita e esses ferros do dedo. vem ni mim 9 de março.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

el tiempo y el día

passa do meio dia e eu ainda não saí do quarto. olho pro teto pensando em uma maneira de lavar o cabelo sozinha com uma mão só. amanhã vai fazer uma semana que lavei o cabelo, e além de estar sujo e fedorento, parece que eu tenho um halo frisado na parte da frente. minha mãe não teve tempo de lavar essa semana.
meu pai fala ao telefone lá embaixo. alguém me ligou, mas meu telefone estragou há dois dias: eu falo, as pessoas me ouvem, mas eu não consigo ouvir ninguém.
meu irmão começa a tomar banho no quarto do lado e pela primeira vez em quase 6 anos eu o ouço cantar. a última vez que eu ouvi meu irmão cantar foi quando voltei do intercâmbio e ele ainda era criança e era bem feliz e sorridente.  nós dois éramos duas pessoas completamente diferentes naquela época. fico imaginando quanto tempo vai levar pra nós dois sermos pessoas completamente diferentes do que somos hoje.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

nauseous

04/01/2016: o dia mais triste da minha vida desde aquele dia em 2011 em que eu tentei me matar

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

um ano que começou bem bosta

eu planejei várias coisas pro primeiro texto de 2016, mas fraturei dois dedos da mão esquerda e to digitando só com a direita (igual a uma lesma). na verdade to escrevendo isso aqui só como treino pra saber o quão fodida eu vou estar quando as aulas começarem e eu passar 3 semanas com a mão esquerda parada sem conseguir digitar direito (aparentemente bem fodida).
tive a primeira briga do ano com meu pai hoje e já tô aqui imaginando que os resultados alterados do meu exame sejam metástase (a outra opção é problema na tireóide). se eu morrer acho que meu pai aprende a ser uma pessoa melhor.