quarta-feira, 6 de março de 2013

Last epiphany

Eu tenho 20 anos e a sociedade tem sentimentos dúbios em relação a mim. Eu sou jovem e tenho uma vida inteira pela frente: então pra que me apressar em fazer as coisas que gosto?; mas sou velha demais, preciso decidir logo o que vai ser do meu futuro, e não posso errar. Fiz uma escolha aos 17 anos e carrego o peso dela até hoje. Renato Russo disse que "esse é o nosso mundo: a primeira vez é sempre a última chance", e parece meio idiota achar que sim, mas é isso mesmo: eu sinto que ninguém tem mais o direito de errar. Mas sabe da maior?
Errado é quem ou o que faz eu me sentir errada.
Errado é esse sistema, essa vida, esse ritmo frenético em que todos vivem.
Eu não sou errada. Ninguém é. 
O mundo quer que eu seja a melhor em tudo, que eu tenha o melhor carro, as melhores notas, o emprego que pague mais, que eu seja uma mulher maravilhosa... e não quer que eu surte? Eu odeio competir. Sempre odiei. Eu só quero ler meus livros e ter uma pessoa que me aceite ao meu lado. Não preciso ser excepcional. Só quero ser (e não existir, como muita gente que quer ser excepcional acaba). 

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