sábado, 16 de junho de 2012

Mixtape.

A internet matou o romance.

Então vamos lá. Não é novidade pra ninguém (é só ler, sei lá, 4 postagens aqui pra baixo que dá pra sacar) que eu estou apaixonadinha (o diminutivo é pra mostrar o quanto eu gosto de estar assim - nem um pouco). Aí vem todas aquelas mudanças de humor ("Nossa que merda de dia e...AI ELE PUXOU ASSUNTO PRIMEIRO MEU CORAÇÃO TUMTUMTUMTUM"), crises de ciúme (vou nem exemplificar de tão vergonhoso que é) e enfim. Aquelas bostas que quem está apaixonado sente. 
Ontem fui dormir meio pra baixo, determinada a matar a paixão (haha sim, sou esse tipo de pessoa que acha que amar é ficar vulnerável demais...). Metade de mim pensava "Garota, pare com isso. Seja normal! Apaixone-se! E vá comer alguma coisa, que essa frescura toda é fome" e a outra metade dizia "Se toca, é como se ele estivesse no Condado dos Hobbits e você em Mordor de tão distante que vocês estão... E ele não quer nada mais que amizade. Então pára com isso de 'sentimentos'" (sim, foi horrível dormir com essa disputa Gollum/Smeagol dentro da minha cabeça). Acordei estranhamente leve e desci pra assistir televisão (eu estava há 2 meses sem ver tv, porque minha vó estava aqui e tomava conta do sofá. Nunca mais quero passar por isso. Mesmo. Os bucólicos que me desculpem, mas eu preciso me jogar no sofá e ficar zapeando por horas) e parei pra assistir um show do Jamie Cullum (por quem aliás, eu nutro um amor desde os 15 anos. Mas ele é famoso e todo mundo sabe que músicos, escritores, jornalistas, cineastas e atores são como personagens de livros: é amor saudável). A última música do show se chamava "Mixtape" e falava sobre alguém que faria uma mixtape pra pessoa amada. E de repente eu me peguei pensando nisso da internet ter matado o romance. "Este não não é nenhum disco de MP3; é feito à mão, formado amorosamente", ele diz. E é isso, sabe. Com a internet você não tem certeza de nada. Você não sabe se a pessoa do outro lado da tela gosta de você de verdade. Vocês trocam mensagens, se falam pelo twitter, pelo facebook, trocam fotos. Mas não trocam olhares. Ele não te dá uma mixtape como o Cliff dá pra Torrence em "As apimentadas". Ele não fica na sua janela com um rádio em cima da cabeça tocando Peter Gabriel, como o Lloyd faz com a Diane em "Digam o que quiserem". Vocês no máximo trocam uma carta, quando um do dois é oldschool o suficiente pra gostar de cartas. 
Ok, vocês devem estar pensando que eu vi tanto filme dos anos 80/90 que comecei a pensar que a vida deveria ser produzida pelo John Hughes (eu acho que devia, mas enfim, ele morreu), mas sério gente. Amor já era complicado na época da Jane Austen, quando todo mundo só precisava se preocupar com casamento e dote. Hoje tudo é complicado. E nós ainda complicamos mais?
Não estou reclamando da internet, pelo contrário. Eu amo a internet por demais (meus downloads são a maior prova disso), mas sabe. Puta faca de dois gumes, a internet. "Facilitou" a vida de todo mundo. Mas em troca, criou o relacionamento à distância.

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