Queria apagar todas as folhas do caderno. Comecou. Depois de várias páginas, percebeu que as folhas ficavam marcadas.
Pensou em arrancar. Mas isso deixaria o caderno fino e feio.
Rasgar? Não, o perfeccionismo - que só existia em se tratando de cadernos e canetas e palavras - não deixaria.
Colocou o caderno no chão, deitou na cama e ficou a observá-lo. Precisava decidir o que fazer com aquele amontoado de celulose.
Não usaria mais cadernos. Agrupamentos, cola e arames estavam complicando ao invés de facilitar.
Usaria folhas soltas.
Guardaria o caderno no armário.
E grudaria um post-it colorido com um smile desenhado em cada folha que não fosse do seu agrado. Pra esquecer o que tinha escrito, mas lembrar que marcas ficam - de qualquer jeito.
Um comentário:
Das coisas escritas em mim, marcam-me como tatuagens, muitas e muitas tatuagens, umas permitidas por expresso, outras foram experiencias que no espelho não refletiram o esperado; definitivamente houveram tatuagens inevitáveis, mas todas a disposição daquele espelho de antes ou a vista do olho nu. Sempre irão refletir quem realmente somos.
Gostei do seu blog, estarei por aqui dando uma espiada.
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