sábado, 19 de abril de 2014

Mil e uma noites de preconceito ditos por uma cara bonitinha.

Eu prometi pra mim mesma que ia passar um bom tempo sem opinar mas não deu. Agora que o sangue quente esfriou eu consigo pensar em algo menos inflamado pra falar sobre o caso Sheherazade. Não que eu deva me importar com isso, com ela, com quem a defende, mas enfim, é o tipo de assunto que fica preso na cabeça e só sai quando se escreve.
Eu cheguei à conclusão de que não gosto do tipo de jornalismo que ela e que muito mais gente além dela faz - esse "jornalismo" opinativo. Você pode chegar pra mim e dizer que o jornalismo mudou e que essa é uma nova forma de fazê-lo, mas eu vou simplesmente olhar na sua cara e dizer que não me importo. Não que minha opinião valha alguma coisa, mas enfim, é isso que eu acho: jornalista opinando como se fosse verdade é uma merda. A Sheherazade falar sobre sociedade como jornalista (e não como socióloga) é como um jornaleiro falar sobre química experimental tendo visto só química básica na escola. Ele pode ser um entusiasta, mas sabe apenas o superficial e não tem know-how pra falar e se considerar um formador de opinião sobre o assunto. Colocar um jornaleiro entusiasta de química experimental pra falar pra várias pessoas é irresponsável - porque ele não tem conhecimento profundo e vai acabar falando alguma bosta. E dependendo do público a quem ele se dirige, as consequências da bosta falada podem ser graves; um público que não pesquisa e só reproduz, por exemplo.
Você pode me dizer que a jornalista sabe sim coisas sobre a sociedade, porque faz parte dela. Aí eu te digo: desculpa cara, mas ela sabe tanto de sociedade quanto eu - branca, de família rica que teve pouco ou nada de contato com gente de outra classe social e não faz ideia de como o mundo real funciona. A diferença entre nós duas é que eu tive sociologia na escola e sei que olhar o mundo com a minha lente e achar que tudo é "preto no branco" é burrice.
Você pode chegar pra mim com frase de Voltaire e uma hashtag se achando muito esperto e estudado, mas eu vou pedir pra você pensar com carinho naquela pessoa especial da história que acaba com quase todo argumento: Hitler. Hitler tava lá todo pimpão usando do direito de liberdade de expressão dele e acabou manipulando uma nação inteira que estava fragilizada e fula da vida com geral - a vida, o governo, a inflação, os judeus... E o resto da merda vocês sabem né. Lavagem cerebral.
Você pode cuspir na minha cara "minha filha, você também é preconceituosa, todo mundo é". É amigo. É por isso que eu tô no facebook e não em rede nacional. E é justamente por isso que eu defendo e provavelmente sempre vou defender jornalismo informativo e não opinativo.

Nenhum comentário: