O oceano que escondia meu iceberg se abriu. Se foi Moisés ou eu não sei. Só sei que o meu profundo é quente, é luz e silêncio. Não é um iceberg, é um vulcão. O iceberg é só a ponta. O oceano saiu, lembra? Não precisa mais ter vergonha de ser vulcão, de ser paixão. Gelo com uma camada de acúcar, eu proclamava. Mentia. Acúcar e mel com uma camada de gelo. Gelo que teima em existir.
São como milhões de pequenas epifanias. Como aquela da dona de casa de "Amor", da Clarice Lispector. É notar-se e notar o mundo. É êxtase e melancolia ao mesmo tempo. É saber todas as respostas e esquecê-las. É descobrir que o amor dentro de você é tão grande que não cabe.
Pisco os olhos e acabou. Fim. The end. Finito. Não sei se existiu ou não. O "se" vai ficar marcado pra sempre na ponta do iceberg. "Soprar a vela do dia" é o que me resta.
Ironia ter encontrado a luz na escuridão.
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