quarta-feira, 3 de março de 2021

Mudanças, hábitos e mudanças de hábitos

Acho dolorosa e ao mesmo tempo libertadora a sensação de pensar que nada me impede de mudar alguns hábitos ruins que tenho. Ou mudar qualquer hábito que seja, nem que seja só por mudar. Só depende mim.
Amanhã começo a me mudar pra um lugar novo, preciso dar continuidade ao projeto de ter tudo o que preciso em apenas duas malas. O que significa que algumas roupas que não uso e não  cabem mais em mim vão ter que ir embora. Assim como tralhas pequenas, que eu acabo carregando de um lado para o outro sem saber muito bem porque: meu quarto agora é menor, e a única coisa que eu preciso por enquanto é de um computador e disciplina o suficiente pra terminar de escrever minha dissertação.
Eu também não aguento mais ter retenção de líquidos. Não consigo colocar uma meia por 20 minutos sem parecer que fizeram um molde de massinha escolar por cima das minhas pernas. O que significa que eu preciso mudar mais ainda minha alimentação - eu já tinha conseguido diminuir muito o açúcar, agora preciso fazer isso com o sal e os ultraprocessados. São coisas que amo, de verdade. Mas não aguento mais dores nos joelhos, nas pernas, as inflamações que o excesso de lactose (que eu insisto em comer, mesmo não podendo) causaram. E ninguém, absolutamente ninguém pode fazer isso por mim... Só eu.

Eu não sei quando vou poder ir ao Brasil pra ter uma rotina. Pra ir ao médico, poder caminhar no calor todos os dias, ter uma alimentação equilibrada. Ou eu começo agora, ou vou ficar adiando isso tudo pra um dia que não sei qual é. Acho que ser adulta é cuidar um pouco de mim, e tirar um tempo pra mim - não apenas ficar preocupada o tempo inteiro com as minhas responsabilidades, e com minha vida acadêmica (ou mesmo minha saúde mental, que é muito melhor tratada que meu próprio corpo).

A primavera tá chegando, os dias estão ficando mais quentes e menos chuvosos, e a vontade de sair sempre pra caminhar voltou com força total. Eu aproveito isso pra conseguir acordar cedo, tomar meu chá mate e ter horários mais rígidos.
Talvez eu precise ser tão rígida com o cuidado do meu corpo como eu sou rígida com o meu psicológico. 

Tenho conseguido responder aos poucos as mensagens no WhatsApp. Também tenho tido vontade de voltar a falar com o freela de foda (ou o objeto, como minha terapeuta gosta de chamá-lo). Resolvi que só falo com ele quando tiver colocado absolutamente todas as minhas mensagens em dia, e se sobrar tempo.
Às vezes essas vontades são só truques da mente que quer ser ociosa, e quer procurar problema onde não existe mais. 

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