sexta-feira, 16 de novembro de 2012

"É preciso amar..."

Há algumas semanas, o ex-namorado de uma amiga minha morreu. 
Eu virei amiga dela na mesma época em que ela começou a namorar com esse rapaz - em 2008, por aí. Eu tinha 15 anos e tava bem perdida no meu próprio mundo. Ela, um ano mais velha e bem mais experiente que eu. Eu realmente não sei o que ela viu em mim; eu era bem esquisita, como uma adolescente normal e ela era quase mulher. Mas nós nos respeitávamos. Ela foi uma das primeiras pessoas que me levou a sério em todos os sentidos, que me disse coisas que eu escondia de mim mesma e fez com que eu me enxergasse. Ela é uma das pessoas mais cheias de ângulos e luzes que eu conheço. É quase sempre iluminada, mas é humana. Também é escura. E essas semanas foram escuras pra ela.
Eu não acompanhei. Fiz como sempre faço: esperei e escutei. Esperei ela estar preparada. Ela veio aqui em casa, sentou numa cadeira do meu quarto - quarto esse que já escutou muitas histórias e guardou muitas lágrimas nossas - e contou tudo. Escutei. Choramos. Ela falou de Deus. Falou que agora conseguia sentir. Eu disse que sentia inveja de quem tem fé (tenho mesmo). E eu senti vontade de pegar todas as pessoas que eu amo, dar um abraço e dizer que ela são importantes. 
Renato Russo foi óbvio quando disse que "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã". É bom ser lembrado do óbvio.

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