terça-feira, 22 de junho de 2010

Teenage angst.

Eu deveria estar exultante por estar saindo de casa. Porque sei que se eu realmente for "atrás do meu sonho" (que eu não sei exatamente o que é, mas é bem grande), as circunstâncias não vão me deixar voltar pra esse lugarzinho do meio da floresta. Mas junto com o alívio de não ter mais pai e mãe sempre na minha cola, vem uma angústia gigante.
Porque eu vou ser a pessoa que fica sempre na minha cola.
Não que eu não me pressione - eu já faço isso demais. Só que do jeito errado; então eu acabo virando uma pilha de nervos por motivos não tão importantes e fico sem foco para as coisas e importam e blá blá blá eu já estou parecendo meu pai (falando em "coisas que importam": eu não consigo explicar pra minha mãe que isso é relativo. Um exemplo: os filmes da Bette Davis são marcos na minha vida, e minha mãe nem sabe quem é Bette Davis). Mas enfim.
Eu só consigo sentir uma angústia gigantesca, maior do que toda a angústia que eu já senti na vida. Porque meus pais estão fazendo um puta investimento e eu corro o risco de sei lá, NÃO PASSAR no vestibular ou pior: nem descobrir o que eu quero de verdade até o final do ano. Eles dizem pra eu parar de me preocupar e começar a estudar em vez de ficar lendo livros velhos e assistindo filmes, mas assim eu sou. Eu sinto medo e fujo (mas isso todos nós fazemos, não? Quer dizer, é instinto. A primeira coisa que vem à cabeça) - das responsabilidades e tal. Not my fault if I'm irresponsible, but I'm doing all I can to change this.
Já estou matriculada na escola, já tenho noção de como as coisas funcionam ("Revolta e sinônimos são palavras que deverão sair do seu vocabulário, Umáyra. Querer ser revolucionário é coisa pra menino de faculdade - ou não"), só falta ser aceita na pensão.
Mas eu estou com medo. Do novo, de estar só, de ter que mudar de verdade pra alcançar uma coisa que eu nem sei se quero... O que diferencia as pessoas é a coragem delas pra seguir em frente, eu sei. Mas sentir medo é ruim pra caramba.


ps. É tudo clichê (as usual), mas é tudo que eu sinto.

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