Vai chover por pelo menos três semanas seguidas, e meu humor está sendo pautado por isso. Começou com um frio absurdo, causado por alguma depressão climática que baixou a temperatura pra 4 graus durante o dia, e eu senti tanta dor nos joelhos e nas mãos que fui comprar um edredom a mais, pra ficar enrolada durante o dia. Meu mau humor era visível. Eu proclamei aos quatro ventos que meu objetivo de vida virou morar em um lugar em que o aquecimento não custe o olho da cara, e eu possa conseguir viver dentro de casa sem sentir dor de tanto frio.
Eu preciso levantar e ir pagar a faculdade (debaixo de chuva!), mas estou aqui deitada no escuro, olhando para a fresta de "luz" que entra no quarto. Eu preciso ir embora. Eu ainda estou muito dentro da situação do português filho da puta, e moro com alguém que também está na situação e me fez sofrer, e quase todos os dias algo me faz lembrar que ninguém aqui gosta de mim o suficiente pra respeitar os meus sentimentos.
Eu sinto falta da minha família e dos meus amigos.
Todos os meus amigos que me ajudaram, que me entenderam, que me acolheram, que não me julgaram, estão longe. Em Porto Velho, em São Paulo, em Casa Branca, em Londres. Ou sou eu que estou longe? Eu queria poder passar por essas coisas do coração perto dos meus amigos. É o normal, não é? Todo mundo que tem amigo perto acaba sofrendo menos. Ou as coisas passam mais rápido, não sei. Eu tenho a impressão que essa minha intensidade seria diluída se eu pudesse ter meus amigos perto.
Eu ainda sinto raiva, e me sinto traída. Eu queria vingança. Mas eu também queria esquecer essas pessoas, e fingir que elas nunca existiram.
Nenhum comentário:
Postar um comentário