Quando você me chamou pra tomar um café e eu fiquei impressionada por não ter me chamado pra tomar uma cerveja, eu já devia ter percebido que haveria algum tipo de conexão entre nós dois.
É estranho porque eu nem gosto de café; você é literal e pragmático, então toma café mesmo e sem açúcar. Eu tomo chá e sempre coloco açúcar quando estou em casa, só me faço de durona na rua. Mas eu devia mesmo ter percebido que gostava de homem adulto, que não precisa de coragem líquida pra conversar com alguém... Só não me culpo mais por não saber disso, porque entrei nessa pra descobrir os meus gostos.
A melhor coisa de gostar de ler é poder passar horas na frente de uma estante de livraria ou de biblioteca - cada livro lido ou não tem uma história, um causo. Eu tenho muitos e pouca vergonha de falar quando o assunto é livro. E eu nem odeio os russos tanto assim, assim como não odeio quem paga de culto; eu quis ser culta um dia, mas eu descobri que era do popular e hoje sou esse híbrido. Só não peço desculpa por fingir odiar quem ama os russos porque depois de muitos anos me desculpando, eu não faço mais isso (a não ser que eu esteja errada de verdade ou que tenha magoado alguém). Eu pego no seu pé porque acho engraçada a sua cara quando eu digo que só gosto de Tchekhov.
Gosto do fato de você ter me desafiado a ler coisas que me dão medo e me fazem chorar, e de ter se proposto a ler comigo. Eu gosto disso de você alimentar minha alma sem nem saber, e sem nenhuma amarra, nenhuma cobrança. Eu gosto dessa nova parte minha que eu descubro todas as vezes que nós conversamos olhando um pro outro. Gosto quando você não desgosta dos meus silêncios, nem me pressiona. Eu acho que nós dois nos encontramos no momento da certo da vida, mesmo querendo coisas completamente diferentes. Acho que nós somos exatamente o que precisávamos nessa hora.
Um comentário:
Fiquei tão feliz quando vi atualização no teu blog. Fiquei mais feliz ainda depois de ler.
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