Uma das minhas coisas prediletas a fazer quando estou entediada é entrar no Omegle pra falar inglês. Claro, é como um mar de pintos, a mão tem que estar no ESC pra mudar de conversa (e fugir de tarados e pintos) o tempo todo, mas de vez em quando dá pra encontrar alguém legal, que também foi movido por alguma força louca e sem sentido pra entrar no Omegle. Ontem eu conversei:
- com uma travesti inglesa que mora na Tailândia e gosta de música eletrônica, a Suzanne;
- com um belga mentiroso que disse conhecer o Dimitri Vegas (um DJ famoso que eu só conhecia porque meu irmão fica ouvindo música de maloqueiro boyzinho enquanto toma banho/dirige e todo mundo de casa acaba ouvindo também);
- Um cara que parecia normal mas me chamou de "Mistress" e quando eu comecei a rir falou que gostava de ser humilhado com risada. Fiquei com medo e dei ESC na conversa em questão de segundos, mas passei um bom tempo rindo da situação e do tipo de pessoa que a internet esconde.
Mas né, não esconde. A internet é composta de seres humanos (ainda bem que quase ninguém me lê, e se lê, provavelmente é de humanas e não vai retrucar que a internet é feita de megabytes ou qualquer coisa assim que eu não sei o nome) e humanos são estranhos e fingem muito bem. Quando a gente para pra pensar, o tio de onde você compra um lanchinho pode ser alguém que curte S&M e ser humilhado por pessoas que dão risada dele na internet, e seu colega de classe por de ter fetiche por pés, ou qualquer coisa que parece bizarrice mas é mais comum que a gente imagina.
Às vezes eu esqueço dessa internet pré-textão no facebook, hashtag no twitter e no instagram. Sinceramente? É maravilhosa (zero comportamento de massa, 100% tara que vem do âmago, movida por desejos pessoais solitários).
3 comentários:
É até difícil lembrar da internet pré textão. Vez ou outra eu vou a esses sites tipo o Omegle pra conversar também. Outro dia fui pedida em namoro por um refugiado na Alemanha que pinta paredes. Já conheci um cara que tinha uma startup famosa e fazia temas do tumblr da Escócia e uma menina surda do Texas que me ensinou um pouco de sign language. Mas requer uma paciência achar essas pérolas.
Difícil mesmo lembrar nesse mundo de superexposição que existem essas particularidades ainda reservadas a alguma página anônima.
Vou responder ao teu comentário do post aqui em itens. rs :
1) Fico tão feliz quando tem comentário teu (e acho que só tu lê mesmo) nos meus posts <3
2) Minha mãe é peixes com ascendente em peixes. Nunca vi mais sonhadora e menos prática.
3) Eu tenho dois instagrams que pelo menos tento manter. um é o mauahrts onde posto uns desenhos e coisas criativas. mas tá bem parado. E outro mais fiel é o @umbrelling onde reposto ilustrações de outras pessoas de guardachuva. Eu me esforço porque acho importante ter essa coisa sua de produzir, mesmo que seja só curadoria. Mas quando alguém que eu acho massa faz um desenho e me marca me sinto tão importante. rs
4) Eu lembro que quando você fazia uns vídeos cantando me surpreendi porque imaginava sua voz completamente diferente. Nesse mundo de internet a gente atribui voz imaginárias as pessoas e nem sepre descobrimos as verdadeiras.
5) Muita gente fala 'mauâny'. Acho que é uma pronúncia válida. Mas uma vez vi o nome de uma indiazinha (de onde o meu se origina) e eles pronunciavam 'mauaní' então sei que estou certa hahaahha (e eu adoro o finalzinho do meu nome, esse Y forte.
6) Vou tentar fazer coisa de áudio nem que seja curtinha. As vezes o problema vem de querer elaborar coisas super complexas e etc. Te passo o link!
"Difícil mesmo lembrar nesse mundo de superexposição que existem essas particularidades ainda reservadas a alguma página anônima." vou usar essa frase pra sempre.
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