domingo, 2 de fevereiro de 2020

Dia 2

Hoje parte do meu dia na cama foi vendo Evangelion, além de vídeos no YouTube. Parte do tempo que eu vejo Evangelion, eu fico pensando em como eu teria sido mais feliz se tivesse visto na adolescência. Evangelion tem tudo o que eu mais gostava quando era mais nova (e sigo gostando hoje): crise existencial, inadequação, raiva do pai e longos silêncios. Eu ia gostar de ter uma personagem que tem sentimentos conflitantes em relação ao pai como modelo. Talvez eu até conseguisse assistir tudo de uma vez - hoje eu acho muito pesado, só consigo assistir três episódios e troco pra alguma coisa bobinha. Enfim.
No último episódio que vi hoje, o Shinji (a personagem principal) toca aquele prelúdio famoso do Bach, o que me fez lembrar que eu estou decidida a ouvir compositores novos esse ano, e um pouco menos dos dramáticos de sempre (Mozart, Chopin, Liszt, Satie e Mahler).
Eu queria voltar a cantar, ou voltar pro piano. 

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Dia 1

Eu parei de tossir.
Também consegui levantar, limpar meu quarto, e ficar obcecada por lavar roupas e sapatos - chove há três dias, não seria muito prático lavar roupas e sapatos agora - e jogar soda cáustica na banheira. Também cnosegui ver uma série norueguesa, comecei a ver uma italiana, amanhã vou à missa, e quero responder todas as mensagens que tenho no whatsapp. 
Esse mês eu faço 27. 
Faço 27, e consigo lembrar de quando tinha 14 e imaginava que fazia 27. Eu tinha recém descoberto o Clube dos 27, e já tinha sintomas de depressão; eu ainda não queria sumir, só sentia coisas demais. 
Não acho que eu tenha virado o que eu esperava aos 27. Pra ser sincera, eu não tinha algo muito específico em mente. Eu acho que queria ter paz de espírito, mas sempre quis ter paz de espírito, e há alguns anos eu entendi que assim como felicidade, paz de espírito é sempre um caminho. Eu esperava estar satisfeita com trabalho, mas meu trabalho é a Academia, e estou bem longe de estar satisfeita com isso. Acho que nunca vou estar. Talvez seja hora de pensar melhor nisso. Eu não esperava que minha vida fosse virar a Academia, e também não esperava que fosse estar tão preocupada com amor. Acho um castigo digno de círculo do inferno pessoal: eu amar o amor, e ao mesmo tempo desgostar tanto de pensar no amor pra mim. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Legal

Hoje eu dei entrada no meu visto, e recebo minha residência em mais ou menos um mês.
Eu já tinha dado entrada no visto ano passado, antes de vir pro Porto, mas a burocracia portuguesa é maior que a brasileira; então eu fiquei presa aqui em Portugal desde o fim do meu visto de turista (de 11 de dezembro até quando chegar meu cartão de residência). Final de semana passado eu fui pra Lisboa e voltei tão doente, mas tão doente, que ontem passei o dia na cama - febre, uma tosse horrível e tanta dor no corpo que era ruim respirar) - provavelmente por conta de estresse por causa desse visto (imunidade baixa, cá estamos).
Eu me senti presa. Não conseguir trabalhar, não conseguir ter um número pro seguro de saúde, não conseguir sair do país (eu podia ter passado Natal e Ano Novo na Inglaterra, bem white people problem) me deixaram com um sentimento de "estou num limbo" que só me atrasou. Mas enfim. Hoje eu fiz a entrevista. No máximo daqui a um mês tenho meu cartão na mão. Estou tossindo tanto que meu peito dói, e to esperando a Denisse, minha colega de apartemento, trazer um combo vegetariano do McDonald's porque é a única coisa que eu consegui ter vontade de comer desde que meu apetite voltou.
Eu devia ter um termômetro e um aparelho de inalação aqui comigo, mas acho que só vou comprar quando estiver trabalhando. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Mestrado

Eu escrevo cada vez menos pra mim e sou cada dia mais engolida pelo mundo.


(eu deveria estar escrevendo trabalhos, mas não aguento mais olhar pra tela do word)

domingo, 17 de março de 2019

Ierushalaim

Aqui vai um resumão do meu fim de 2018 e começo de 2019:
- Eu terminei meu Trabalho de Graduação Individual sobre mulheres na literatura hebraica e Yehudit Hendel e tirei 9 (enlouquecida, tomando dois remédios e quase quinze quilos mais pesada que no começo da faculdade);
- Desenvolvi um ódio pelo Bolsonaro e por quem votou nele... tão grande que não passou até agora;
- Passei cinco dias em Lisboa, jantei ouvindo fado, descobri que prefiro vinho branco e acostumei a comer sobremesa depois do almoço;
- Passei dois meses como voluntária em um hostel em Tiberíades, trabalhando com gringos, praticando meu hebraico e conhecendo Israel;
- Fiz uma tatuagem em Jerusalém, no estúdio mais antigo do mundo;
- Encontrei Deus na Igreja do Santo Sepulcro, na segunda semana de 2019. Eu ainda choro quando penso nisso.
- Cortei o cabelo e fiz uma franja ontem.

Logo mais volto com mais detalhes. Preciso procurar mestrado.

ps. Obrigada, como sempre, Marte. Acho que meu ano de 26 anos será mais equilibrado. To trabalhando pra que isso aconteça.