segunda-feira, 15 de setembro de 2014

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Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
 Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
 Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

(Mário Quintana)

larga essa tecnologia

e não me diz "não"

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

homem

confio de olhos fechados
(de perfil, um olho entreaberto)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

When you start to live

Hoje eu acordei pensando em dois anos atrás e como as coisas seriam se eu não tivesse feito certas escolhas. Há dois anos eu resolvi colorir e complicar minha vida e tive muito dos dois. Eu sempre disse pra todo mundo que me perguntava que a melhor coisa é colocar os prós e contras na balança antes de se decidir e eu jurava ter seguido meu próprio conselho. Mas eu não sabia, eu não fazia ideia da quantidade de complicações que esse arco-íris iria me trazer. Além das externas e óbvias, as internas que eu julgava não ter. Poor fool! Minha vida tinha acabado de começar e metade dela eu passei fechada. Como eu pude ter tanta certeza de que seria forte e insensível a certas coisas e certos sentimentos? Agradeço ao tempo por ter feito o furacão do começo se tornar leve ventania; agradeço as minhas raízes (que descobri fortes) por me manterem firmes mesmo com a ventania. Não há jeito de conter as lágrimas, claro. Mas agora elas sempre vêm escondidas e quando estou sozinha. Meu arco-íris me machucou mais do que eu esperava; sinto que estou voltando a me fechar e talvez isso signifique um longa chuva. Não desejo nada disso e vou tentar ir contra minha própria natureza - ah, primeiras vezes! Foram muitas. Se eu tivesse feito tudo diferente há dois anos, há um ano... Nunca saberei. E no fundo, não me arrependo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Moi

"There's good in all of us and I think I simply love people too much, so much that it makes me feel too fucking sad. The sad little sensitive, unappreciative, Pisces, Jesus man. Why don't you just enjoy it? I don't know!" (from Kurt Cobain's last note)