de "eu não consigo fazer amigos aqui" pra "eu não preciso fazer amigos aqui"
terça-feira, 28 de novembro de 2023
terça-feira, 21 de novembro de 2023
no estilão de "a pior pessoa do mundo" e "cha cha real smooth"
a melhor coisa de estar passando pela crise dos 30, muito acima do peso, odiando o doutorado e querendo largar, sem saber o que fazer da vida, pensando em ter filhos e morando num lugar cheio de gente horrorosa, é que pela primeira vez eu me sinto pertencente a um grupo: sabe aquelas moças malucas de filme, que terminam a faculdade e não sabem um caralho de pra onde vão?
essa sou eu
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
so we meet again my heartache
a vida inteira eu vou ter depressão, e ninguém é obrigado a lidar com isso além de mim
quarta-feira, 12 de julho de 2023
Desafogar
Todo mundo me pergunta sobre a minha tese, e eu não quero falar sobre ela. Primeiro porque não tenho muito gosto pelo que estou fazendo - tem algumas coisas que me interessam no assunto, mas a tese em si foi sendo moldada por orientadores, de uma forma que ficasse a gosto deles. Eu queria estudar literatura. Eu queria estudar uma escritora mulher, e fazer close reading do livro dela - podia até ser em hebraico, mesmo o hebraico (ou a falta do hebraico) sendo uma das principais causas da minha insônia, palpitações e episódios de compulsão alimentar. Eu não digo que odeio o que estou fazendo porque já trabalhei fazendo serviço braçal, e sei o cansaço que dá - mas ficar sentada na frente do computador e fazer qualquer coisa não seja trabalhar na minha tese não é bem um indicativo de que eu ame o que estou fazendo.
Eu acho que estou perdendo amigos. Meus amigos são todos do Brasil, e minha comunicação com eles é online; como a minha vida online está uma bagunça, eu sinto que não consigo manter o contato necessário pra manter uma amizade. É normal. São coisas da vida. São fases. Mas hoje eu me peguei pensando que preferia ser alguém offline que consegue responder e-mails de amigos do que ser alguém cronicamente online que sabe de onde vem todo e qualquer meme, mas se sente extremamente solitário.
(meu celular usa o toque de alerta do MSN pra qualquer notificação, e eu sei distinguir quando é mensagem do whatsapp e quando é e-mail. Ver a notificação do gmail faz meu coração acelerar. Sempre pode ser meu orientador perguntando por notícias. E eu sempre tô aqui, na mesma, sem avançar muito. Abrir o gmail me dá náusea; eu virei alguém que vive com náusea. Eu nunca li A Náusea do Sartre, mas sei que é um romance existencialista; mas olha... se não for sobre uma mulher que quase vomita antes de abrir o gmail, eu acho que vou adiar a leitura por alguns anos, até o fim do doutorado)
Meu mundinho aqui em Praga é muito pequeno, minúsculo. Eu preciso expandir esse mundo, mas não quero. Eu acho que não gosto das pessoas daqui. Eu tive uma prévia das pessoas daqui, e não gostei. Ou talvez eu só esteja em depressão ansiosa mesmo, e não consiga me conectar com absolutamente ninguém. Talvez eu seja uma versão não tão doente da mocinha do Meu ano de descanso e relaxamento - eu estou no começo do livro e já marquei vários trechos pavorosos do grande fluxo de consciência dela... será que devo me preocupar? Talvez essa maluquice seja algo em comum que todas nós, mocinhas que gostamos de história da arte e coisas tristes, tenhamos.
Eu nunca tive tanto perfis em redes sociais como tenho agora. Todos são meio abandonados, porque eu odeio qualquer tipo de obrigatoriedade e constância, mas estou em todos, aguardando qual vai ser a rede premiada pós-derrocada do twitter. O twitter segue sendo meu palanque; eu não consigo acompanhar minha timeline (sigo quase 3 mil perfis, a maioria jornalistas e jornais) e quando falo sobre qualquer coisa que estou assistindo ou lendo, as mesmas cinco pessoas me respondem. É como meu blog em 2012. Todos os dias eu penso que vou ser forte o suficiente pra largar tudo e ficar só com meu blog, mas abro as outras redes por impulso, reflexo. Só mais uma prova de que não é saudável.
terça-feira, 20 de junho de 2023
não dá
ouvir dos meus pais que maturidade é fazer coisas que você não gosta e engolir a tristeza: doeu mais do que eu imaginava que doeria
domingo, 26 de fevereiro de 2023
Balzaca
Oi Marte,
Esse último ano foi uma doideira. Tanto que nos últimos meses, a única maneira que eu consigo te descrever meu estado mental, é assim: doida. Sem açucarar mesmo.
Eu entrei no doutorado, e hoje não tenho certeza se é isso que quero. Eu também mudei de país sem saber muito bem o que ia acontecer - aqui no leste europeu (que os locais chamam de centro-europa e ficam bem bravos se alguém diz que é leste) eu não sei a língua, o racismo clássico e o racismo cultural imperam, não faz sol direito e as pessoas são tão frias quanto o inverno que faz aqui... Mas é aqui que meu amor mora. Eu encontrei um amor tranquilo nesse último ano. É coisa mais fácil de todas, mesmo quando nós discutimos política até eu ficar fula da vida (e ele não perceber), ou ele acha semi-engraçado todos os meus rituais do TOC (e respeita). Talvez nosso futuro não esteja nesse país, mas eu sei que meu futuro é com esse amor. Eu ainda não comecei as aulas de tcheco, mas eu sei falar miluji tě - e por enquanto é isso que importa.
(É mentira. Eu preciso aprender tcheco urgentemente. Mas eu também preciso aprender hebraico urgentemente, pro doutorado. Tudo é urgente na minha vida agora, e meu grande problema é que quero andar cada vez mais devagar)
Esses dias eu falei que meu relacionamento mais duradouro era com o Duolingo; eu estou fazendo lições todos os dias há 1197 dias. Mas acho que meu relacionamento mais antigo é com você, Marte - essa pessoa que não sei quem é, mas que todos os anos vem aqui me desejar coisas boas. Eu espero que sua vida esteja tranquila. Obrigada por todos esses anos.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
vai ficar tudo bem (eu acho)
eu me sinto como se estivesse acordando. saindo de um longo período de sono em que eu não descansei de verdade, mas corri perdida de um lado para o outro até encontrar um rumo meio incerto. ainda faço tudo em câmera lenta, como (quase) qualquer um que acorda, mas ao menos estou acordando.
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um dos meus objetivos desse ano, além de voltar aos meus passatempos de infância (fazer pulseira e cordão de miçanga e pintar com lápis de cor e aquarela), é tentar segurar a hiperestimulação a que sempre forcei minha cabeça. eu sinto que vai ser uma daquelas "tarefas de vida" - difícil pra caralho, vou falhar sempre, mas não vou desistir. só sei que do jeito que está, não dá mais.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023
"last year's wishes are this year's apologies"
eu não sei o que estou fazendo, mas tenho certeza que não estou feliz. aí penso na quantidade de pessoas que queriam estudar e me sinto culpada por não estar feliz.